O Presidente da República, João Lourenço, manteve uma conversa telefónica, hoje (19.09), com o homólogo ruandês, Paul Kagame, no quadro dos esforços para a resolução da crise de segurança na República Democrática do Congo (RDC), soube a E&M.
João Lourenço enviou o ministro das Relações Exteriores, Téte António, a Kinshasa (capital da RDC) para falar com o presidente congolês democrata, Felix Antoine Tshisekedi. Para esta missão, o diplomata angolano actuou como enviado especial do Chefe de Estado, no âmbito das novas diligências em prol da paz na região leste daquele país limítrofe de Angola.
Felix Tshisekedi e Paul Kagame estão de costas voltadas, com disposição para envolverem os respectivos países (RDC e Ruanda) num conflito armado de larga escala. Angola e outros países da região tudo fazem a fim de contrapor a vontade bélica dos dois estadistas africanos.
O presidente da RDC acusa o homólogo ruandês de apoiar o Movimento de 23 de Março (M23) ou Exército Revolucionário Congolês, que tem feito incursões militares no Kivu Norte que já vitimou centenas de congoleses e provocou a fuga de pelo menos 896 mil pessoas.
Paul Kagame também acusa as autoridades de Kinshasa, lideradas por Felix Tshisekedi, de apoiar as Forças Democráticas para a Libertação do Rwanda (FDLR), que pretendem recuperar o poder no Ruanda pelas armas.
Segundo o presidente ruandês, as FDLR foram formadas por indivíduos implicados no genocídio de 2000 e outros cidadãos ruandeses hostis à política de Kagame residentes no exterior, principalmente na RDC.
A região leste da RDC está há mais de duas décadas em conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), a Monusco.