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Problemas sociais ofuscam boas intenções

Pedro Fernandes
5/12/2018
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Foto:
Carlos Aguiar

O líder do maior partido angolano na oposição, em entrevista concedida àagência portuguesa de notí- cias LUSA, disse que a governação “está a ganhar já alguns laivos de pessimismo”.

Segundo Samakuva, a situação económica, em vez de melhorar, revela “deteriora-se a cada dia que passa”. Como exemplo, apontou o caso do desemprego, que “continua a aumentar”.

“A prometida maior abertura da banca, em termos de concessão de crédito,continua adiada, da mesma forma que os hospitais evidenciam as mesmas dificuldades do passado”, avalia. Neste contexto, o presidente da UNITA considerou que “quase não há diferenças” entre ser oposição a José Eduardo dosSantos ou ser oposição a João Lourenço. “Eles são do mesmo partido, conduzem-se consoante a atitude, a filosofia, a cultura desse mesmo partido.

Por conseguinte, as diferenças serão apenas tácticas”, sublinha, descartando qualquer simbolismo na decisão de afastamento dos filhos de José Eduardo dos Santos de empresas públicas. “As pessoas estão a agarrar-se a esse facto como algo extraordinário, mas eu não vejo nada de extraordinário nisso.

Presidente da UNITA, Isaías Samakuva

O Presidente anterior saiu, veio um novo, naturalmente vai ter de trabalhar com pessoas que conhece, com pessoas da sua escolha. Penso que este é um exercício normalíssimo em qualquer organismo, em qualquer situação”, declarou. Porém, esta avaliação de Isaías Samakuva entra em “desacordo” com a apreciação do director-geral da ONG ADRA (Acção Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente), Belarmino Jelembi.

Em entrevista concedida à estação de rádio alemã DW, Belarmino Jelembi manifestou a crença de que os actos de governação de João Lourenço “trouxeram esperança ao povo angolano sobre o futuro do país”. Segundo o mesmo, ao longo do primeiro mandato, João Lourenço ganhou confiança de sectores importantes da sociedade e, por isso, “há uma certa euforia na população angolana relativamente às expectativas daquilo que pode ser o futuro do país”.

Director-geral da ADRA, Belarmino Jelembi

“Existem,naturalmente, algumas medidas concretas. Quando olhamos para as nomeações que foram feitas, percebe-se que há ali um corte com determinado tipo de práticas.Por exemplo, o facto de o Presidente ter feito a abertura da campanha agrícola, não diria que é inédito, mas há muito pouca memória de algo desta natureza”, considera.

Leia mais na edição de Setembro de 2018.

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