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“Produção nacional é insuficiente”, afirma secretário de Estado da Economia

Isabel Bernardo
20/5/2021
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Foto:
Carlos Aguiar

Mário João disse que a situação actual da produção agrícola ainda não satisfaz o mercado, admitindo que a caminhada ainda “é longa”, mas “rapidamente se vai inverter o quadro da importação.

A declaração foi feita durante a sua intervenção no primeiro painel da Conferência E&M, que teve lugar ontem, quarta-feira, 19 de Maio, em Luanda, que abordou o tema: “Agricultura - Produção nacional versus importação. Que caminhos?”.

O secretário de Estado da Economia explicou que já se nota a existência de uma ligação cada vez mais forte entre o financiamento e a produção nacional.

Reconheceu, neste sentido, que a caminhada ainda é longa, mas rapidamente se vai inverter o quadro da importação de bens, uma vez que o País possui algumas vantagens comparativas.

“Nós temos estado a envidar esforços para melhorar a informação do mercado, porque de facto existe produção, mas muitas dessas produções não são conhecidas, temos estado a dinamizar o acesso ao mercado interno através do portal da produção nacional que conta com mais de 12 mil produtores, mas achamos que Angola existem muitos mais produtores nacionais. Portanto é uma longa caminhada, as longas caminhadas fazem-se com os primeiros passos, e as vezes o sucesso pode vir a não atingir a meta mais estar no bom caminho”, justifica.

Já o Director do GEPE do Ministério da Agricultura e Pescas, Anderson Jerónimo, apontou a existência de um movimento de empresários que vão para o sector produtivo e que estão a fazer aumentar a produção nacional.

Olhou também pelo facto de as famílias angolanas aumentarem as suas produções, e ainda existir culturas com autosuficiência alimentar.

“Nenhum país do mundo faz agricultura num dia, nem com varinha mágica. Quem é agricultor sabe como dói isso. Temos provinciais que se alimentam de 90% de produção nacional, o que consomem é produzido na região”.

Anderson Jerónimo considera o movimento positivo, e acaba por concordar que ainda se tem muitos desafios para frente que deve ser feito com muito rigor, inteligência, comunicação com os produtores, pois esse é o caminho para o Ministério da Cultura e Pescas.

“Temos ainda a produção nacional que responde 40% na nossa necessidade, o restante dessa produção tem que ser importado com os devidos cuidados e nos momentos certos para não matar esse movimento. Quem produz em Angola tem que vender, não podemos correr o risco de, por uma questão de importação matar aqueles que hoje estão a conseguir reverter esse quadro”.

O Director do Gabinete de Fiscalização de Projectos do BDA, Bonifácio Sessa, disse que os projectos são apresentados pelo Ministério da Agricultura, e o BDA avalia os desafios na componente da produção, estrutura, nível de produtividade, planos do produtor e de negócios.

Bonifácio Sessa disse que na realidade o sector ainda enfrenta temas de produtividade muito baixo que não justifica os investimentos que são alocados.

“Fora das medidas do alívio económico, o BDA já fez mais de 1000 operações de crédito neste sector, que corresponde a um número de cerca de 900 projectos, equivalentes aos montantes financeiros acima de 400 mil milhões de Kzs”.

Segundo o responsável do BDA, o Banco no processo de crédito fez uma segmentação de clientes de tal forma que o crédito seja direcionado as empresas em função da sua dimensão.

Para o sector familiar o BDA fez estimativas de cálculos para que as empresas nesse sector possam ter uma meta de pelos até cinco hectares para a produção.