Para a activista, isto “exige imenso deles e, na maioria das vezes, sem que consigam obter resultados positivos”. “E o resultado é uma aprendizagem cheia de lacunas.
Estes professores merecem todo o respeito, pois estão sozinhos na maior parte do tempo dando tudo o que têm. Deveria ser equacionada uma formação de transição para garantir que não sejam desperdiçados, pois fazem falta”, considera.
Sobre os concursos públicos para o ingresso de novos professores no sistema de ensino, Alexandra Semeão considera que, em 2017, o número de crianças fora do sistema de ensino somente ultrapassou os dois milhões devido à inexistência de escolas e professores para atender à procura.
O Ministério da Educação pronunciou-se recentemente sobre este mesmo tema, tendo garantido que, além dos mais de 10 mil novos professores a serem recrutados no presente ano lectivo, a instituição está a estudar um novo modelo para quem deve ser professor, sendo que uma das premissas é a obrigatoriedade de o candidato ter uma média de 14 valores.
Alexandra Semeão mostra-se, no entanto, céptica quanto ao sucesso deste modelo, argumentando, em sua defesa, que chegou a constatar que em algumas universidades do país ingressaram candidatos com até três valores por falta de alunos com notas acima de 10.
“Infelizmente, o nível de notas no secundário é ainda muito baixo. A baixa qualidade que persiste no ensino primário contamina todo o sistema. Por isso, temo que, se não se investir com realismo e seriedade na Educação em Angola, este objectivo não será alcançado”.
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