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Prostituição aumenta nos bairros de Luanda

José Zangui
17/7/2020
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Foto:
DR

A profissão considerada como das mais antiga do mundo tem vindo a crescer na capital do país com a pandemia da Covid-19 que, nalguns casos, ocorre com o beneplácito dos próprios maridos.

Segundo a administradora do Distrito Urbano do Hoji Ya Henda, no Município do Cazenga, Branca Mateus, os níveis de casos de prostituição, em alguns bairros, aumentaram, comparativamente ao ano passado.

De acordo com Branca Mateus,  nalguns casos, as mulheres são acompanhadas pelos próprios maridos que, as escondidas controlam quanto a mulher arrecada por dia.

Antes da Covid-19, por cada momento de prazer, cobrava-se entre 2.000 e 1.500 Kwanzas. Quanto a chamada prostituição de luxo, paga-se mais para o desfrute. Ou seja, mulher mantidas que fazem marcações.

A administração do Hoji Ya Henda, tentou sem sucesso, recolher mais de 30 prostitutas, para beneficiarem de formação profissional em diferentes áreas, com direito a ‘kits’ de trabalho, para deixarem a vida que levam. Entretanto, todas abandonaram a formação, alegando que estavam a perder tempo na sala de formação sem levar dinheiro para a casa.

A história do Cazenga é apenas uma, em Cacuaco, também na província de Luanda, há locais onde a venda do prazer custa 500 kwanzas por hora, em parques de estacionamentos de viaturas, protegidos por segurança privados que recebem cerca de 200 Kwanzas por acobertarem a prática.

Importa realçar que no ordenamento jurídico angolano, a prostituição não é crime fora do espaço público. No entanto, em público e nas redes sociais, é considerado “crime ao ultraje público, ao pudor”.

Em Angola, a prática ganha espaço em diferentes níveis, mas há quem entenda ser cedo para legalizar a prostituição, ao mesmo tempo que outros defendem a autorização da actividade, com o argumento de que o Estado perde ao não cobrar impostos. Há quem junte ainda nos argumentos a favor da legalização o facto de a prática, exercida ‘às escondidas’, alegadamente aumentar o número de mortes por doenças de transmissão sexual.

Na próxima semana, a Revista Economia&Mercado trará em reportagem os principais locais e os preços no negócio da prostituição em tempo da Covid-19.