A redução da mão-de-obra, em alguns projectos, devido à Covid-19, e o preço baixo do diamante no mercado internacional (actualmente a custar 141 dólares por quilate) vão influenciar a queda das receitas diamantíferas, de acordo com o Presidente do Conselho de Administração da empresa pública, José Manuel Ganga Júnior, em conferência de imprensa nesta segunda-feira.
De acordo com o gestor, em 2021 estavam em prospecção 35 projectos. A previsão para 2022 é de 39 e estão assegurados o funcionamento de 13 minas em produção, podendo haver um incremento.
A Endiama perspectivou, para 2021, uma produção de nove milhões de quilates, mas produziu apenas 8,7 milhões de quilates, isto é, 300 mil quilates a menos devido os constrangimentos da Covid-19. Por exemplo, teve que criar turnos de 50% da mão-obra nas minas. Como resultado, as receitas brutas em 2021 foram de 1,6 milhões de dólares. Em 2022, espera-se que atinja os 1,9 milhões de dólares.
TRANSFORMAR COOOPERATIVAS EM INDÚSTRIAS
Entre as previsões, a Endiama quer transformar as cooperativas em projectos industriais para contribuírem mais com receitas para as comunidades em que estão inseridas e para o Estado. Actualmente, do número total de cooperativas (274), 222 estão paralisadas.
Ganga Júnior deu a conhecer que o país lapida apenas cerca de 5% da produção nacional de diamantes, o grosso é lapidado no exterior, situação que, na opinião do gestor, não ajuda na geração de emprego. Por isso, desafia as empresas a investirem neste segmento.
Criada há 41 anos, a Endiama conta com 456 trabalhadores, será privatizada parcialmente em bolsa e vai desfazer-se do seu braço logístico, a Enditreding, para o privado.
Ganga Júnior admitiu que a Endiama tem dívida com alguns bancos, nomeadamente BFA, BPC e BAI, com dívidas acumuladas no valor total a rondar os 150 milhões de dólares, como resultado da garantia que assumia para financiamento de projectos. Neste momento, a dívida está quase regularizada, faltando 50 milhões para serem liquidados.