Os níveis dos preços nas principais economias da região da SADC sinalizaram uma tendência de redução e estabilização nos últimos trimestres de 2023, excepto em Angola, referem especialistas num estudo a que a E&M teve acesso em exclusivo.
No Boletim Conjuntura Económica Regional referente ao IV trimestre do ano passado, os autores do relatório observam que esta redução e estabilização dos preços nas principais economias da África Austral reflectiu a eficácia da política monetária hawkish adoptada pelos respectivos países nos últimos trimestres.
Em relação a Angola, a pesquisa detalha que os níveis dos preços registaram uma aceleração de 6,15 pontos percentuais no IV trimestre de 2023, quando comparados com o período homólogo, fixando-se em 20,01%.
Este comportamento dos preços em Angola, acrescenta o documento, foi influenciado por uma maior variação das classes da saúde, bens e diversos e a classe de alimentação, que registaram variações médias no IV trimestre de 2023 de 2,8%, 2,56% e 2,62%, respectivamente, em relação ao período homólogo.
“Estas variações elevadas deveram-se ao facto da alta depreciação cambial que se verificou a partir do II trimestre de 2023, bem como à retirada gradual da subvenção dos subsídios aos combustíveis durante o II trimestre de 2023”, lê-se no relatório com o título ‘Tendência dos blocos económicos em relação a Angola’.
Sobre a África do Sul, os especialistas angolanos sublinham que a sua política monetária hawkish tem surtido efeito nos níveis dos preços, tendo reduzido 2,30 p.p. entre o IV trimestre de 2022 e o IV trimestre de 2023, fixando-se em 5,20%.
“Esta redução surge no seguimento do abrandamento da variação das classes de alimentos e bebidas não alcoólicas, transportes”, explica a pesquisa elaborada por cinco especialistas, a maior parte dos quais economistas.
Quanto à Tanzânia, a economia que mais cresce dentre as principais economias da região da SADC, segundo o relatório, tem observado um abrandamento nos níveis dos preços, ao passar de 4,80% no IV trimestre de 2022 para 3,00% no IV trimestre de 2023.
Esta redução, observa o documento, foi motivada pelo aumento da produção nacional, nomeadamente a produção de culturas, principalmente milho, arroz, mandioca, banana e sorgo/milheto.