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Secretário-geral da ONU apela alívio da dívida aos países africanos, só China dá sinal de ouvir

Redacção_E&M
20/9/2022
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Foto:
DR

António Guterres tem apelado ao alívio da dívida dos países africanos em desenvolvimento, mas pouco conseguiu. Apenas a China pareceu "ouvir" e promete perdoar dívida a 17 países africanos.

O secretário geral da ONU, António Guterres, criticou os vários programas criados para ajudar os países em desenvolvimento que não tenham redundado em ajuda efectiva, acentuando os problemas no continente africano.

"Não houve alívio da dívida, não houve acesso a financiamentos beneficiados, quer com subsídios, quer com taxas de juro mais baixas. Os países em desenvolvimento enfrentam gravíssimos problemas, como as pequenas ilhas que viviam do turismo e não tiveram receitas durante dois anos, além do impacto das alterações climáticas e dos altos preços da energia e da alimentação, de que são inteiramente dependentes", alertou.

Poucos avanços foram dados além das negociações para reestruturação de 8,4 mil milhões USD da Zâmbia, entre 2022 e 2025,  que pode envolver um alívio da dívida entre os 35% e os 45%, de acordo com dados da empresa americana de serviços financeiros Morgan Stanley, que aponta a possibilidade de conversão de três eurobonds numa "super-obrigação", com vencimento em 2029. Quando o cenário mais realista, aponta Guterres, seria que os 3 mil milhões USD das obrigações sofressem um "hair cut" (diminuição da dívida) de 35% do capital, um corte de 30% nos pagamentos de juros e 50% dos pagamentos acumulados fossem anulados".

A boa notícia vem da China que já anunciou que vai perdoar as responsabilidades de 17 nações africanas e que irá redireccionar as suas próprias reservas do FMI para ajuda do continente, mas os contornos desse alívio da dívida permanecem confidenciais.

Recorde-se que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tem vindo a "desenhar" e a fechar acordos de empréstimo com algumas das nações mais vulneráveis, entre as quais o Paquistão, Sri Lanka, Chile e, no caso de África, Zâmbia e Egipto. Além dos empréstimos, o FMI tem estado a intermediar negociações de reestruturação da dívida com credores privados.