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Ser pequeno numa era de gigantes

Camila Leite
29/9/2020
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Foto:
Carlos Aguiar

Em 2020, com a pandemia da Covid-19, todos foram desafiados a revisitarem os seus modelos de negócios, das pequenas às grandes empresas.

Aqueles que já estavam adaptados a esta nova revolução que trouxe a presença intensa e validada da tecnologia da informação e da biotecnologia, passam pela turbulência, entretanto de um lugar mais favorável do que aqueles que insistiram ignorar uma realidade que já se faz presente há mais de uma década.

Acredito que já não há dúvidas – apesar de ainda observar a visão limitada e tradicional de uma percentagem considerável de empresas (leia-se pessoas) – de que a humanidade enfrenta uma transformadora dinâmica dos seus hábitos, costumes, empregos e conhecimentos diante das constantes revoluções tecnológicas.

No livro, 21 Lições para o Século XXI, Yuval Noah Harari desafia-nos a olhar para a realidade que já nos é presente de que a revolução tecnológica deixará milhões de serem humanos fora do mercado de trabalho, levando a convulsões sociais e políticas como nunca se viu anteriormente.

E a pergunta que tenho ouvido dos pequenos empresários - como mentora de negócios – é: “Como adaptar o meu negócio frente a todas estas transformações e do ambiente digital do país?” E aqui inicia-se o grande desafio para aqueles que, de certo modo, possuem menos força num mercado de gigantes.

Há três pilares necessários a serem revisitados, independente do porte da empresa. É preciso reanalisar a Cultura, a Liderança e o Negócio. A cultura de forma a rever quais são os valores, o propósito do negócio. Para onde serão guiadas as pessoas numa nova realidade desejada. É uma transformação que demanda alto investimento de tempo e vontade de mudança. Totalmente atrelada à liderança que precisa acreditar e fazer acontecer o novo processo. Um líder que necessita rever o seu modelo de gestão, abrir espaço para que as pessoas possam apresentar ideias. Sair do papel antigo e ultrapassado do chefe e começar a aprender a lidar com pessoas. Os modelos de negócios precisam ser revistos. Ressignificar os processos que são altamente burocráticos e não atendem mais às expectativas do cliente.

É preciso sair do lugar-comum e insistir em terceirizar o problema, por mais que muitos deles sejam provocados pelos meios externos. São tempos de diagnosticar os problemas e perguntar-se continuamente como solucioná-los. É trabalhar com os recursos que se tem e criar novos meios para manter-se vivo.

É preciso estar aberto aos novos paradigmas. É não ter medo de ousar, “pés no chão e mentes aos céus”.

Perceber os impactos positivos e negativos desse macro ambiente no negócio é imprescindível para criar-se novas rotas. É permitir que as ideias sejam presentes e livres.

É perceber os caminhos que se podem trilhar. É entender os hábitos novos de consumo do cliente e onde estão instaladas as suas dores e aspirações.
Entretanto – apesar de angustiar-se frente à adaptação tecnológica – faz-se necessário pensar, inicialmente, nos três pilares citados anteriormente. De nada adiantará investir alto em tecnologias de ponta se não tem pessoas preparadas para recebê-las. Sempre falo “Comece do começo”. E começar do começo é reaprender e ressignificar a gestão do negócio.

E os pequenos empresários vêem-se com um enorme desafio ao olhar para estas frentes. É preciso estar aberto aos novos paradigmas. É não ter medo de ousar, “pés no chão e mentes aos céus”. Trazer o novo ao cliente, para a equipa, para o negócio, após ter exercitado a visão do macro ambiente e internamente.

É assim que os pequenos chegam a ser grandes: pensando como eles. Que enfrentem esta era do darwinismo tecnológico e adaptem-se à nova realidade da 4ª revolução industrial.