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PATROCINADO

“Será muito difícil haver quatro operadores
 a competirem em todo país”

Sebastião Vemba
17/6/2019
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Foto:
Carlos Aguiar

Abdul Santos é engenheiro de telecomunicações com vasta experiência e passagem pelas principais empresas do sector em Angola, com destaque para a Angola Telecom e a TV Cabo.

O especialista consultou, ao longo da sua carreira, empresas startup de serviços móveis e Internet e co-fundou o primeiro ISP (provedor de serviços de Internet) angolano, além de conceber e implementar o primeiro serviço Triple Play em Angola e o não menos conhecido serviço pré-pago “Taco” para clientes de redes móveis e fixas. Hoje, dedica-se à consultoria e é da opinião que o mercado das telecomunicações no país é muito fechado, embora, teoricamente, a legislação vigente o defina como aberto.  

Com base na tendência mundial, Abdul Santos prevê a sobrevivência de apenas dois operadores no mercado angolano, em vez de quatro, pois a concorrência entre eles “levará inevitavelmente a que sobrem dois, que serão provavelmente os dois mais fortes entre os quatro”.

Economia & Mercado (E&M) - Como é que caracteriza o mercado das telecomunicações em Angola? Pode-se falar num mercado aberto, semi-aberto ou fechado?

Abdul Santos (AS) - O mercado de telecomunicações em Angola é, do ponto de vista da legislação vigente, aberto. Mas, em termos práticos, é um mercado muito fechado, dominado por um único operador. Ou seja, na prática, temos um mercado com características monopolistas, com todas as desvantagens inerentes, nomeadamente a falta de concorrência, de inovação e acumulação continua de ineficiência que refletem negativamente na relação preço-qualidade do serviço que o consumidor adquire.

E&M - O Eng. José Gualberto Matos escreveu, recentemente, que o “mercado das comunicações electrónicas em Angola configure um duopólio desequilibrado, numa divisão de mercado de quarto por um. Qual é a sua opinião? Concorda?

AS - Se tivermos em conta que o operador dominante tem mais de 75% do universo de utilizadores de telefonia móvel, com base em dados de 2017, podemos concordar com a afirmação e refletir que esse desequilíbrio, considerando as dificuldades que o segundo operador terá nos próximos tempos, tende a aumentar.

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