Os dados que foram extraídos do relatório que mede o Índice de Pobreza Multidimensional global, foram apresentados esta semana, em Ondjiva, província do Cunene, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Durante o acto de apresentação do estudo, a representante do INE, Eliana Quintas, disse que o documento identificou 65 municípios do país, mais pobre no domínio dos serviços de saúde, saneamento básico, registo civil, acesso à educação e água potável.
Segundo a especialista, o estudo mostra que o agravamento da pobreza em Angola tem a ver ainda com a elevada taxa de desemprego nos jovens e adultos, bem como a dependência e a qualidade habitacional.
O relatório, na óptica do INE, que inclui quatro dimensões chave da pobreza na perspectiva multidimensional com 11 indicadores, baseados em resultados definitivos do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH) realizado em 2014, indica que nove em cada 10 pessoas nestes municípios são pobres.
Já o representante do Programa das Nações Unido para o Desenvolvimento (PNUD), Lourenço Massidi, disse que a criação de um Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) nacional, com indicadores específicos para Angola, pode ser um complemento ao IPM global já existente, que permitirá a comparabilidade entre os países.
A vice-governadora para o sector político, social e económico, Soraya Mateus Kalongela, afirmou, por sua vez, que o relatório permitirá ao governo direccionar as suas políticas para melhoria da vida e bem-estar da população.
De acordo com a ANGOP, o estudo teve inicio a 19 de Março de 2019, numa parceria entre o PNUD, INE e a Oxford Poverty and Human Development Initiative (OPHI) da Universidade de Oxford.
O estudo, escreve a agência angolana de notícias, teve como objectivo identificar o nível de pobreza por cada município e agrupa-los dentro de classificações tecnicamente robustas e úteis para facilitar o Executivo na distribuição do Orçamento Geral do Estado (OGE), para a promoção do desenvolvimento do País.
Segundo resultados do Índice de Pobreza Multidimensional global, um de cada dois angolanos vivem na pobreza multidimensional, com uma taxa de pobreza de 88,2% nas áreas rurais e 29,9% nas áreas urbanas.