Num comunicado enviado às redações, nesta quarta-feira, o Ministério esclarece que, após a recepção do caderno reivindicativo e resposta do sector ao referido documento, deu-se início ao processo de negociação, no dia 2 deste mês.
O processo, refere o comunicado, culminou com um acordo, no dia 9 de Dezembro, consignado em acta subscrita pelas duas partes. O acordo, sublinha, previa, o levantamento da greve no mesmo dia, 9 de Dezembro.
No dia 13, a equipa negocial do Sindicato dos Médicos foi recebida, "ao mais alto nível”, pelo mediador, o Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. "Neste encontro, foi consensualizada a continuação das negociações e prestados esclarecimentos técnicos adicionais no sentido de aproximar as partes”, lê-se no comunicado.
Inesperadamente, sublinha o Ministério da Saúde, a direcção do Sindicado Nacional dos Médicos recuou o acordo subscrito, alegadamente por discordância dos filiados. "Manteve a greve e remeteu ao Ministério da Saúde um segundo pacote reivindicativo”, sublinha o documento.
"Estranhamente, a partir desta altura a direcção do Sindicato Nacional dos Médicos, na pessoa do seu presidente vem-se furtando, sistematicamente, a fazer-se presente nos encontros agendados, sem justificação plausível, inviabilizando assim o prosseguimento das negociações”, acusa o Ministério da Saúde.
Acrescenta que, incompreensivelmente, o mesmo Sindicato prossegue a greve e outras acções, alegadamente por falta de disponibilidade do Ministério da Saúde para o diálogo, "o que não corresponde à realidade”.
Segundo o Ministério da Saúde, a atitude do Sindicato dos Médicos "deixa dúvidas se a greve persegue estritamente os objectivos laborais constantes no caderno reivindicativo ou outros inconfessos”.
Refira-se que a Revista Economia & Mercado reportou há dias casos de mortes de pessoas por falta de atendimento médicos nos hospitais públicos.