Aconteceu recentemente no Banco Nacional de Angola, um workshop que teve como principal objectivo dar a conhecer o Pan-African Payments and Setllements System (PAPSS), um sistema de pagamentos que visa facilitar as transações dentro do continente. Já que por agora, os pagamentos entre africanos “primeiro vão aos Estados Unidos, China e Médio Oriente e só depois são entregues ao beneficiário”, disse o Secretário Geral da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), Wankele Keabetswe Mene, que explicou que por conta disso, os pagamentos entre países africanos demoram demasiado tempo, podendo chegar aos sete dias.

Já o PCA do PAPSS, Mike Ogbalu usou a sua realidade na Nigéria para enfatizar a importância do sistema de pagamento PAPSS, que na sua visão vai dar autonomia aos Estados africanos que segundo notou pagam entre si cerca de 20 mil milhões dólares todos os anos e mesmo assim, “não têm um sistema de pagamento rápido e credível”, sendo que a título de exemplo, uma transferência da Nigéria para o Gana, demora até sete dias, quando a viagem demora no máximo, 45 minutos.

Outra questão tem que ver com o custo das transações que segundo Ogbalu serão muito mais baratas no PAPSS, contrariamente ao sistema actual que “cobra demasiado”, disse.

A E&M questionou sobre a possibilidade de o PAPSS vir a ser utilizado como ferramenta de domínio entre os Estados africanos, bem como, sobre a possibilidade de o PAPSS vir a servir de plataforma para fazer pressão positiva para que os Estados optem pelos melhores métodos, e em resposta, o PCA do PAPSS e o Secretário da ZCLCA foram unânimes em responder que não conseguem ver como o sistema de pagamento pode vir a beneficiar uns e prejudicar outros Estados, portanto, trata-se de um sistema criado de forma a evitar domínio de um país, “a voz será única e mediante conselho”, disse o PCA do PAPSS, Mike Ogbalu.

Dizer que já foram realizadas com sucesso, operações de teste e não transcenderam os 120 segundos desde o pagamento a chegada do dinheiro ao beneficiário.