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SJA repudia ameaças contra jornalistas dos canais públicos

Redacção_E&M
13/9/2021
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Foto:
DR

O Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA) repudiou, recentemente, em Luanda, as ameaças a que foram vítimas jornalistas da TPA e TV Zimbo quando tentavam cobrir uma manifestação.

Teixeira Cândido disse que os profissionais não são responsáveis pelo posicionamento dos órgãos públicos de comunicação social a que trabalham.

Segundo a Lusa, durante a cobertura da marcha convocada pela UNITA, que juntou no sábado, 11, em Luanda, apoiantes e simpatizantes o partido do “Galo Negro”, em que participaram também outros partidos da oposição angolana, e membros da sociedade civil, os profissionais da imprensa dos órgãos citados foram intimidados e ameaçados por manifestantes que exigiam eleições justas, livres e transparentes.

“O SJA condena veementemente esta atitude e qualifica-a como sendo uma obstrução ao exercício de liberdade de imprensa que é um direito fundamental que todas as entidades públicas e privadas devem respeitar”, disse à agência portuguesa de notícias o secretário-geral do sindicato, Teixeira Cândido.

O sindicalista sublinhou ainda que os jornalistas devem ter acesso às fontes sempre que há actividades públicas e que estes profissionais não são responsáveis pelo comportamento, tido como parcial, dos órgãos a que estão vinculados.

O comportamento dos media, explicou, que a sociedade repudia, “não é a responsabilidade dos jornalistas”, reforçou, salientando que se estes pudessem invocar objecção de consciência poderia nem haver informação.

“Estes jornalistas estão a fazer o seu melhor e não é agredindo, ou ameaçando, ou impedindo-os de fazer o seu trabalho que essa questão se resolve, porque é política e não jornalista. A tutela dos órgãos de comunicação social [públicos] é política e não jornalística”, enfatizou Teixeira Cândido.

Quanto a um comunicado difundido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), que lamentou a agressão e intimidação a que foram sujeitas as equipas de reportagem, solidarizando-se com os jornalistas e apelando às entidades de defesa dos jornalistas a não se calarem “diante da flagrante e condenável situação de intolerância política”, o sindicalista considerou que foi “despropositado”.

“Foi despropositado, em primeiro lugar, quanto à referência às entidades que defendem a classe, como se precisassem de um impulso. O SJA sempre defendeu os jornalistas, filiados ou não, e sempre manifestou a sua solidariedade” afirmou.

Estranhou, por outro lado, de acordo com a Lusa, que o MINTTICS “faça sair um comunicado só agora” e nunca se tenha pronunciado noutras ocasiões.

“Temos tido várias situações em que os jornalistas foram agredidos, detidos ou impedidos de fazer o seu trabalho e o ministério não se pronunciou. Por isso, foi uma surpresa”, disse o responsável do SJA.

O sindicalista manifestou-se preocupado face aos riscos a que os jornalistas estão expostos e disse que a UNITA deve também zelar pela proteção dos jornalistas: “dado o clima que se vive devia solicitar à polícia que fizesse um cordão de segurança”, sugeriu.

O presidente da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), Adalberto da Costa Júnior, dirigiu-se no sábado aos seus apoiantes, criticando os actos de intolerância contra a imprensa pública, afirmando que “os jornalistas não são culpados da censura na televisão pública”.

“Os jornalistas que estão aqui a cobrir este acto levam as imagens, depois se as imagens não passam (isso) vem das ordens superiores, portanto os actos de intolerância não devem continuar”, defendeu o político da oposição.

Por outro lado, os dois canais estatais lamentaram, no entanto, a intimidação e tentativas de agressão de que foram vítimas os jornalistas.