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Sonangol não quer vender participação de 20% na Biocom

José Zangui
3/2/2022
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Foto:
DR

Pretolífera justifica decisão com as obrigações internacionais de apostar em energias renováveis.

No âmbito do Programa de Reestruturação do Sector Petrolífero, do seu Programa de Regeneração e da aprovação do Programa de Privatizações (PROPRIV), a Sonangol tem reiterado que vai se focar nos negócios nucleares, associados à cadeia primária do óleo e gás.

Neste sentido, a petrolífera nacional pretendia alienar a participação accionista na Biocom, onde detém 20%, mas a E&M soube de fonte da Biocom que a petrolífera não vai largar a sua participação na maior indústria localizada no município de Cacuso, em Malange, devido às obrigações internacionais que tem com a transição para as energias renováveis .

Participam no capital social da Biocom a Sonangol (20%), grupo COCHAN ( 40%) e também a Odebrecht Angola Projectos e Serviços Lda (40%).

Nos últimos dois anos, a empresa fez investimento em novos equipamentos, como tractores pulverizadores, camiões, aeronaves agrícolas, cujos valores não foram divulgados.

O aumento da produção da empresa contribuiu para a elevação dos números de empregos. Em 2017, a empresa tinha 192 trabalhadores, em 2021 subiu para 3.415, perspectivando 700 novos empregos em 2022, segundo a directora da unidade fabril, Fernanda Mendes.

Para a gestora, a Biocom funciona como uma escola, com foco na formação. Homens e máquinas, desde o campo, oficinas, fábrica e nas viaturas, fazem movimentar o “gigante” localizado no município de Cacuso.

Todos beneficiam de capacitação profissional, sobretudo no período entre a safra (período em que a fábrica faz uma pausa de cinco a seis meses para a manutenção).

Gaspar Manuel é um dos exemplos, entrou com 25 anos na empresa, hoje tem 30, concorreu como auxiliar de produção, actualmente é instrutor de máquinas, tractores e viaturas pesadas.

A Biocom tem ainda um programa denominado “ Engenharia na Prática”, que tem como objectivo estimular o jovem engenheiro recém-formado a apreender na prática e conciliar o conhecimento académico e o prático.

Fernanda Mendes, entende que não basta a licenciatura, “a carreira profissional construi-se fazendo”.

Os números da Biocom em 2021

A produção de açúcar da Biocom, em 2021, terá ajudado o país a poupar 100 milhões de dólares em importação de açúcar, de acordo com director de planeamento da empresa, Elton Machado.

A Biocom, maior investimento privado não-petrolífero de Angola, terá também contribuido, em 2021, com 40% das necessidades internas do açúcar. Ou seja, com 121 mil toneladas, das 300 mil toneladas ano que o país consome.

Para 2022, perspectiva-se uma contribuição de 50% das necessidades do país, como resultado do aumento da produção que se espera atingir mais 150 mil toneladas de açúcar e 50% do etanol neutro.