A informação foi avançada esta semana pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol, adiantando que está concluído o diagnóstico da empresa e o roteiro necessário para o processo de cotação em bolsa.

Numa entrevista concedida à Reuters, Sebastião Gaspar Martins explicou que "o IPO da Sonangol deverá realizar-se tão logo estejam criadas as condições”, prevendo a conclusão do processo em 2027.

Afirmou ainda que a emissão de 150 milhões de dólares de dívida obrigacionista na BODIVA que está a ser lançada servirá de ensaio à exigência de preparação de um prospecto, embora com critérios menos rigorosos se comparado a um IPO.

Fez saber, igualmente, que a Sonangol está em contacto com vários bancos de investimento e instituições financeiras nos principais mercados de capitais internacionais, que "demonstram um forte interesse em participar e apoiar a petrolífera no processo de listagem".

Activos alienados em 2022

Numa entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA), o PCA disse que foram alienados participações em empresas como a Sonasurf e a Sonatai. “As receitas geradas serviram para podermos injectar noutro conjunto de actividades”, afirmou Sebastião Gaspar Martins.

O PCA realçou, também, que em 2022 deu-se início à alienação parcial de alguns activos do up stream de exploração e produção, por não estarem, na altura, devidamente equilibrada com a capacidade da empresa em gerar receitas e suportar despesas. Este processo deverá ser concluído nesse ano.

A Sonangol vai divulgar os resultados de 2022 em Fevereiro e o PCA prevê que os indicadores manterão a "tendência de melhoria" depois de o lucro líquido ter subido 152% para 2,1 mil milhões de dólares em 2021, revertendo perdas anteriores e atingindo o melhor resultado em oito anos.