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Subsidiar os insumos. O caminho para potenciar agricultura no país

Agostinho Rodrigues
21/2/2023
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Foto:
Isidoro Suka

O país deve subsidiar os insumos para a agricultura face à alta de preços destes, defendeu José Severino.

A posição foi defendida pelo presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), durante a "V Conferência E&M sobre Agricultura" que debateu a "agro-Indústria, a REA e as razões por que continuamos a depender de importações".

Como resposta ao lema da referida conferência, José Severino sugereexemplos como dos Estados Unidos da América, da União Europeia, da China e daIrlanda que subsidiam os insumos agrícolas, para contornarem os preços altos daimportação.    

"Se os insumos importados são caros, vamos seguir o exemplo destes países- subsidiar insumos. Não há outra forma", alertou.

Assista mais em https://www.youtube.com/watch?v=8me_FB5AHQw

O presidente da AIA discordou, entre outros assuntos, com o pagamento doimposto industrial na agricultura, pois segundo ele, os proveitos deveriam ser reinvestidos.

 "A agricultura não deveria pagar imposto industrial, tem que reinvestir tudo que ganha", defendeu, para quem conseguiu-se reduzir o imposto industrial de 30% para 25%.

Armazéns aduaneiros  

José Severino desafiou, entretanto, o ministro da Agricultura e Florestaspresente, na ocasião, no sentido de o País reeditar o que chamou de"armazéns aduaneiros". Um regime aduaneiro especial que permiteconter mercadorias em armazéns sob regime suspensivo de pagamento de direitos edemais imposições durante um certo período.

"A economia portuguesa funcionava com armazéns aduaneiros, mas eu não vejo ninguém a encorajar as multinacionais a instalarem no país armazéns aduaneiros",recordou.

A Reserva Estratégica Alimentar (REA), de acordo com José Severino, não temvocação para  adquirir produtos do campo, um papel que deveria continuar a ser desempenhado pelo Instituto Nacional de Cereais (INCER).

"A REA não foi criada para andar no campo a procurar produtos, quemdeveria comprar produtos é o instituto de cereais, como sempre comprou na outraeconomia", afirmou.

O responsável ressaltou ainda que o INCER estava na raiz da produção. "Nós hoje não temos esta cadeia que detinha armazéns, técnicos queandavam no campo, com um preço fixo para comprar", acrescentou.  

"Se o privado não comprasse a produção, o INCER era obrigado a comprar.Não ficava nada no campo", lembrou.  

"Senhor ministro, já houve uma luz no fundo do túnel que o nome do INCER jáconstava em alguns programas. Vamos criar isto sobretudo para o camponês. Ocamponês não tem condições para levar o produto a AREA", acrescenta.

Severino lamentou o facto de vários camponeses angolanos adoptarem o leasing deenxada, para a produção agrícola, fruto das necessidades de insumos e meios deprodução para o efeito.