A TAAG Linhas Aéreas de Angola vai aumentar de sete para 10 as horas de voos, com a chegada a Luanda da primeira de um lote de 15 aeronaves modelo A220-300, encomendas ao fabricante norte-americano Airbus, de acordo com Nelson Rodrigues de Oliveira, Presidente da Comissão Executiva (PCE) da companhia.
À margem da cerimónia de ‘baptismo’ da primeira aeronave adquirida em regime de leasing, estabelecido em 2022 com a Air Lease Corporation (ALC), o administrador disse que, para cobrir “todos os custos operacionais”, será necessário aumentar o número de horas de voos.
“Vamos poupar muito com essas aeronaves. Temos que aumentar o ritmo de utilização, porque se usarmos pouco não poupamos quase nada, mas se aumentar o volume de utilização a poupança será maior”, salientou o PCE.
Actualmente, explicou, a TAAG tem uma média de voos de seis horas e meia na região de médio curso, o que obriga o incremento. “O nosso objectivo é aumentar para 10 horas de voos, [porque] quanto mais utilizarmos [estas aeronaves], mais ganhamos, e quanto mais rotas, [também] mais se ganha”, disse.
Sobre o aumento das frequências de voos, Nelson Rodrigues de Oliveira disse que a empresa pública vai abranger, inicialmente, as rotas Joanesburgo, Cape Town, Moçambique e Windhoek (dois voos diários), visando melhorar a eficiência e a rentabilidade.
“Essas são as primeiras rotas onde vamos aplicar aeronaves. Queremos inserir essas aeronaves nas rotas de duas ou três horas de voos para rentabilizar o equipamento”, afirmou.
Na ocasião, Nelson Rodrigues explicou que o programa de expansão da frota engloba a recuperação de aeronaves através da remodelação do interior das aeronaves, visando aumentar não apenas as frequências de voos, mas também o número de rotas regionais noutros países africanos.
Acrescentou, além disso, haver contacto com países como a Guiné Equatorial, Gabão, República Centro Africana e outros, para, com a capacidade acrescida esperada, apoiar as suas companhias aéreas, sublinhando que se prevê aumentar a capacidade operativa.
Modelo de pagamentos
Para o PCE da TAAG, o modelo de aquisição das 15 aeronaves (por leasing operacional) dá maior flexibilidade financeira à empresa, permitindo honrar o compromisso com a fabricante, tendo clarificado, neste sentido, que não se trata de uma aquisição directa ou a crédito.
“Esta não é uma compra directa. Estas aeronaves são uma encomenda em leasing operacional, que nos permite ter flexibilidade financeira e de trabalho para podermos honrar com todos os compromissos assumidos com o fabricante. Não é um crédito”, afirmou Nelson Rodrigues de Oliveira, realçando que os contratos baseiam-se no “Fly Towers" (horas voadas), que permitem pagamentos à medida das operações.
Sobre o início das operações, o gestor disse que dentro de 15 dias, considerando os critérios de certificação da Autoridade Nacional Aviação Civil (ANAC), a primeira aeronave recepcionada ontem iniciará operações.
“O tempo para isso ocorrer depende da flexibilidade da autoridade aeronáutica, mas o prazo nunca é inferior a 15 dias”, referiu.
Refira-se que o A220-300 é a primeira aeronave da Airbus a incorporar a frota da TAAG ao longo dos seus 86 anos. Com capacidade para transportar um total 137 passageiros (12 em classe executiva e 125 em classe económica), o novo avião apresenta baixa poluição sonora e reduzida emissão gases nocivos ao ambiente.