3
1
PATROCINADO

Produtores de audiovisual com formação garantida

Cláudio Gomes
16/5/2019
1
2
Foto:
Carlos Aguiar

Leandro Lima e Emanuel Gonçalves são dois jovens produtores angolanos de audiovisual que foram selecionados para o MultiChoice Talent Factory, que vão beneficiar de uma formação de 12 meses na Zâmbia.

A iniciativa que emerge de um investimento social pan-africano, é destinada a impulsionar e desenvolver as indústrias criativas em África, e vai beneficiar mais 58 jovens produtores independentes de diferentes países africano.

Os selecionados desta edição serão distribuídos nas academias MTF espalhadas pelas três regiões do continente berço designadamente: África Oriental (no Quénia), África Ocidental (na Nigéria) e na África Austral (na Zâmbia).

Ao longo do período de inscrições, foram catalogados mais de 3100 candidaturas a nível de todo continente africano, sendo que 36 das mesmas foram de produtores angolanos.

O director geral da MultiChoice Angola, Eduardo Continentino, disse durante a conferência de imprensa que os produtores angolanos selecionados regressarão ao país mais apurados.

“Os dois jovens angolanos estarão junto de outros jovens de países africanos em que a MultiChoice está presente. Depois de um ano de aprendizagem, certamente regressarão com mais competências e os seus talentos naturais serão melhor lapidadas”, garantiu.

Por conseguinte, Leandro Lima pretende, após a formação, dar vida as histórias conservadas nos livros dos escritores angolanos, como forma preservar a riqueza literaria.

“Por exemplo, pretendo produzir um filme a história de Jaime Bunda do livro de Pepetela e de outros escritores angolanos, porque acho que precisamos começar a pensar em ficção e temos muitas histórias boas por contar a partir dos livros”, perspectivou.

Por sua vez, EmanuelGonçalves outro galardoado da referida acção formativa, apontou os custos do material de produção cinematografica como a principal dificuldade da classe.

“A principal dificuldade é a aquisição de material de trabalho, porque não conseguimos encontrar dentro do país, e quando tentamos olhar para o exterior a falta de divisas impende-nos de importar tais materiais”, lamentou, o também engenheiro de sistemas de informação, tendo afirmado que pretende realizar projecto conjuntos com produtores nacionais após a sua formação.

Por outro lado, o director do Instituto Angolano de Cinema e do Audiovisual, AfonsoAntónio, apontou a falta de políticas no sector como um dos factor que determina o desenvolvimento do cinema e do audiovisual.

“A falta de políticas a nível da produção do audiovisual leva a que não se faça a melhor análise dos custos de produção”, reconheceu, acrescentado que “a área do cinema e audiovisual precisa ser restruturada”.

Entre os critérios de seleção exigidos constavam a obrigatoriedade de ser cidadão angolano, residente no país, que não desenvolve trabalho na área a pelo menos dois anos, domínio língua inglesa. De acordo com a organização o domínio da língua é o consistiu no principal entrave entre os 36 candidatos.

O continente africano está mergulhado em história de vida apaixonante, ricas e diversificadas, através da língua, arte música e uma narrativa colorida. A medida que o continente se transforma, a indústria do entretenimento tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante.