A Tanzânia prepara-se para construir o seu primeiro centro de Inteligência Artificial (IA), posicionando-se, assim, como uma referência tecnológica na região da África Austral.
Em fase final de projecção, o centro de IA, cujo orçamento não foi revelado, vai ser financiado pelo Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África (BADEA).
O centro, segundo avança nesta quinta-feira, 15, a imprensa tanzaniana, servirá como um repositório de dados e conhecimentos relacionados com a Inteligência Artificial e robótica.
“Estamos entusiasmados com o potencial deste projecto para transformar o cenário tecnológico da Tanzânia. Neste momento, decorrem discussões detalhadas para finalizar o escopo e o cronograma do projecto”, disse, na cerimónia de anúncio do programa, o presidente do BADEA, Sidi Ould Tah.
“Este é um momento marcante para a Tanzânia. Somos gratos pelo apoio do BADEA e acreditamos que este centro será fundamental para impulsionar a inovação e o crescimento económico”, referiu o ministro das Relações Exteriores e Cooperação da África Oriental da Tanzânia, Mahmoud Thabit Kombo.
O diplomata garantiu que, nas discussões em fase final com o financiador, estão a ser devidamente acautelados os interesses da Tanzânia, no sentido de o país “beneficiar totalmente do desenvolvimento da infra-estrutura digital e do aumento do acesso à internet”.
A construção deste centro de Inteligência Artificial tem levantado, entretanto, algumas preocupações, sobretudo, no seio da camada jovem do país, que teme pela perda de empregos para o serviço tecnológico.
A propósito, recentemente, a Comissão de Tecnologias de Informação e Comunicação revelou que o país está pronto para implantar a IA sem colocar em causa os postos de trabalho, afirmando que a tecnologia não substituirá o trabalho humano, mas aumentará a produtividade.
O director-geral desta comissão, Nkundwe Mwasaga, disse, citado pela imprensa local, que os tanzanianos devem desenvolver as suas habilidades e descobrir novas áreas que se abrem com o desenvolvimento tecnológico, como coordenadores de robôs, instrutores de aprendizado de máquina, especialistas em ética em IA, designers de chatbots e técnicos de saúde com tecnologia de IA.