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“Tempestade” positiva pode garantir crescimento de 3,8% para África

Ladislau Neves Francisco
28/1/2022
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Foto:
ISTOCKPHOTO

Com Angola, Nigéria e África do Sul na linha da frente, aumento do preço do petróleo e dos metais, Banco Mundial e FMI perspectivam crescimento de mais de 3% para o continente africano.

Para 2022, a previsão de crescimento para África subsariana fica 1,1 ponto percentual abaixo do da economia mundial, que se vai situar nos 4,9%, enquanto as economias avançadas crescem 4,5%.

Dos países africanos, o Níger tem a maior previsão de crescimento, 8,9%. Nigéria e África do Sul crescem pouco mais de 2%, ao passo que a Guiné Equatorial está no lado oposto, com previsão de crescimento negativa de 5,6%.

O crescimento é sustentado por um aumento forte nas três maiores economias, Angola, Nigéria e África do Sul, e por um reforço da actividade económica mundial, aliado à subida do preço do petróleo e dos metais, e, ainda, por uma procura externa mais forte, principalmente da China e dos Estados Unidos, refere o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê, entretanto, que, no campo do controlo da pandemia, os desafios colocados pelo aprovisionamento e pela logística continuem a fazer oscilar o ritmo das campanhas de vacinação, apesar do fornecimento de vacinas pela Covax.

O crescimento da Nigéria deverá atingir 2,1% no próximo ano, muito graças ao preço do petróleo mais elevado, às reformas estruturais do sector petrolífero e a uma gestão cambial flexível baseada no mercado.

Já a África do Sul deverá crescer 2,1% em 2022, sendo que a pandemia da Covid-19 teve forte impacto na economia. A variante Omicron é mais uma ‘dor de cabeça’ para Cyril Ramaphosa e toda a sua equipa económica, que vai tentando ajustar o cinto, como se lê na imprensa local, de modo a não permitir que aquela que é uma das economias mais importantes do continente fique de rastos e completamente arrasada.

Angola poderá crescer, em 2022, 2%, um crescimento muito sustentando, refere o FMI, nas medidas assertivas do Executivo no que às questões macroeconómicas diz respeito. Mas, esse crescimento resultará também da estabilização do preço do petróleo e mudança da postura fiscal, bem como a arrecadação de receitas não-petrolíferas.

Em contrapartida, Angola, que apresentou crescimento de 0,4% em 2021, continua a ter a questão pertinente do aumento da inflação e da dívida pública, que cresceu muito nos últimos tempos, condicionando grandemente a caminhada para uma estabilidade que pressione positivamente para o crescimento económico.

Nesta senda, o excesso de produção e a baixa procura do petróleo no mercado internacional têm causado incerteza, aliado à falta de assertividade e eficiência na diversificação por meio da aposta na agricultura.

Leia o artigo completo na edição de Janeiro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com ).

Positive "storm" could ensure 3.8% growth for Africa

With Angola, Nigeria and South Africa at the forefront, rising oil and metal prices, the World Bank and the IMF have forecasted growth of more than 3% for the African continent.

For 2022, growth forecast for sub-Saharan Africa is 1.1 percentage points below that of the world economy, which will stand at 4.9%, while developed economies will grow by 4.5%.

Amongst African countries, Niger has the highest growth forecast at 8.9%. Nigeria and South Africa will grow just over 2%, while Equatorial Guinea is on the opposite side, with a negative growth forecast of 5.6%.

According to the International Monetary Fund (IMF), growth will be supported by a strong increase in the three largest economies, Angola, Nigeria and South Africa, and by a strengthening of global economic activity, coupled with a rise in oil and metal prices, and stronger external demand, mainly from China and the United States. However, as far as the control of the pandemic is concerned, the IMF predicts that supply and logistics challenges will continue to impact the pace of vaccination campaigns, despite the supply of vaccines by Covax.  

Nigeria's growth is expected to reach 2.1% next year, much thanks to higher oil prices, structural reforms in the oil sector and flexible market-based exchange rate management.  

In turn, South Africa is expected to grow 2.1% in 2022, with the COVID-19 pandemic having a strong impact on the economy. The Omicron variant is yet another "headache" for Cyril Ramaphosa and his entire economic team, who are trying to adjust the belt, as the local press says, so as to prevent one of the most important economies on the continent from being completely devastated.

Per the IMF, Angola could grow by 2% in 2022, as a result of the government's assertive macroeconomic measures. However, this growth will also be a consequence of the stabilization of oil prices and a change in fiscal stance, as well as the collection of non-oil related revenues.  

Meanwhile, Angola recorded a 0.4% growth in 2021 but continues to be faced with rising inflation and public debt, which have greatly impacted the path towards a stability that would lead to economic growth.

Excessive production and weak demand for oil in the international market, coupled with the lack of assertiveness and efficiency in the diversification of the economy through investment in agriculture, have caused uncertainty.

Read the full article in the January issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).