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Terceiro mandato: “Se calhar podemos falar disso mais lá para 2027”

Agostinho Rodrigues
9/5/2023
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Foto:
Arquivo e DR

‍O Presidente da República, João Lourenço, considera ser ainda cedo falar sobre eventual terceiro mandato, um “chavão” que vai alimentando o debate político nos últimos tempos.

João Lourenço respondia à pergunta do jornalista Marc Perelman, do Canal France24, a partir de Londres, ligada ao fim dos mandatos. Uma entrevista retomada pelo Jornal de Angola.

“Não há razão nenhuma que justifique um golpe de estado. Absolutamente nenhuma. Portanto, se alguém não está a governar bem, os eleitores devem castigá-lo nas urnas. Aguardar que haja eleições e esse partido político, este candidato que se apresente para governar o país nos anos que se seguem às eleições se não está a governar bem, será penalizado”, justifica.

“Repito e gostaria de sublinhar, que nada justifica, absolutamente nada, nenhum argumento pode surgir a favor da necessidade de se dar um golpe de estado”, clarifica.

No caso concreto de Angola, João Lourenço pensa que é cedo para se falar no assunto. “Acabamos de sair das eleições agora. As próximas serão em 2027. E diz mais: a minha resposta está dada, se calhar podemos falar disso mais lá para 2027.

No entanto, Virgílio Ferreira de Fontes Pereira, o líder da bancada parlamentar do MPLA, é segundo o semanário “Novo Jornal”, contra a ideia de uma alteração da constituição da República no presente contexto, tendo em conta que a carta magna já sofreu algumas mexidas pontuais há menos de dois meses.

Em círculos políticos com poder de analises, remetem a posição de Fontes Pereira, a um proliferado temor no interior do MPLA, de que uma eventual alteração da constituição no presente contexto, possa a ser aproveitada pelo líder do partido João Lourenço, para “fabricação” de uma abertura que o levaria a se apresentar para um terceiro mandato presidencial depois de 2027.

Em finais de 2022, o Presidente João Lourenço disse estar pronto a iniciar discussões com os partidos da oposição sobre alterações à Constituição algo que a UNITA diz aceitar, mas sem qualquer alteração ao limite a dois mandatos do Presidente.