Três país africanos, nomeadamente São Tomé e Príncipe, Comores e Lesoto e continuam sem casos confirmados de Covid-19, numa altura em que o continente africano já soma mais de 9.300 casos confirmados do novo coronavírus, dos quais resultaram 445 mortes e 906 recuperações.
No final da semana passada, quando África já tinha mais de 6000 casos confirmados, a Organização Mundial da Saúde mostrou-se preocupada com a subida exponencial do número de doentes de Covid-19 no continente, onde a maior parte dos países tem um sistema de saúde débil.
A OMS citou como exemplo a República Democrática do Congo, onde os casos de Covid-19 estavam inicialmente confinados a Kinshasa, mas acabaram por se espalhar a regiões mais orientais do país, onde, recentemente, se travava uma luta contra o surto de Ébola.
Já na África do Sul, todas as províncias já registaram casos confirmados, uma realidade também assistida no Burkina Faso, Camarões e Senegal, segundo a Africanews.
Para o director regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, Matshidiso Moeti, "os números de casos estão aumentando exponencialmente na região africana", sendo que "foram necessários 16 dias desde o primeiro caso confirmado para chegar a 100 casos. Foram necessários mais 10 dias para alcançar os primeiros mil. Três dias depois disso, havia 2000 casos e dois dias depois estávamos em 3000”, alertou.
Para conter o Covid-19, muitos países africanos estão a implementar medidas que restringem as reuniões e o movimento de pessoas. No entanto, a OMS propõe que os governos implementem essas medidas de maneira ponderada e baseada em evidências para garantir que as pessoas continuem a ter acesso aos bens de primeira necessidade.
"Para que medidas socialmente restritivas sejam eficazes, elas devem ser acompanhadas por medidas de saúde pública fortes, sustentadas e direccionadas, que localizem, isolem, testem e tratem casos de Covid-19", apontou Matshidiso Moeti, citado pela Africanews.
Além do apoio na criação de condições básicas para as populações, a OMS está também a trabalhar com os governos africanos na preparação de equipas médicas. Através de uma acção online, realizada a 1 de Abril, quase 500 profissionais da saúde tiveram formação sobre o tratamento clínico dos casos de Covid-19.