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Ver para crer

Sebastião Vemba
18/10/2021
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Foto:
Carlos Aguiar

Em Julho último, a consultora Fitch Solutions reviu em alta a estimativa de evolução da inflação para 2021, devido ao aumento das taxas de juro pelo banco central.

Na altura, a consultora previa que os preços subissem 23,5%, com base numa taxa de juro de referência a manter-se nos 20%. Os especialistas da consultora estimaram que "a moderação dos preços mais lenta do que o antecipado, em conjunto com o compromisso renovado do Banco Nacional de Angola de controlo da inflação”, poderia levar a um aumento da taxa de inflação ainda este ano.

Contrariamente, dois meses antes, o BNA revia a taxa de inflação na ordem de 19,5%, diferente dos 18,7% inicialmente previstos, tendo em conta os choques de oferta de bens registados nos quatro primeiros meses de 2021. Mas a alta de preços manteve-se, daí que, mais recentemente, o Executivo se decidiu a suspender, temporariamente, através de um Decreto Legislativo Presidencial, a exigência de pagamento dos direitos aduaneiros de produtos da cesta básica. Do mesmo diploma constam medidas como a conclusão, no prazo de 90 dias, do processo de cedência de exploração de lojas e centros logísticos de distribuição estatais – criados às cegas e geridos de forma danosa, diga-se de passagem -, a implementação do plano de distribuição de carrinhas para o reforço da actividade de comércio rural, flexibilidade e agilidade do procedimento de licenciamento comercial na Plataforma Integrada do Comércio Externo e a redução, para 48 horas, dos prazos de licenciamento para fins sanitários e fitossanitários.

Entretanto, estas medidas, que não são de todo originais, associam-se a várias outras já testadas pela equipa económica do Governo e cujos resultados ficaram, na maioria dos casos, aquém dos objectivos. Talvez seja por isso que, apesar de termos um PRODESI, o irmão mais novo do “Angola Investe” – engavetado sem que fossem estudadas as razões de sucesso e insucesso do mesmo, de maneira a evitar-se erros em programas similares -, não tenhamos conseguido compensar com produção nacional a quebra do fornecimento de bens e serviços que se vem registando devido, entre outros factores, à Covid-19, que também limitou a procura do nosso principal produto de exportação, o petróleo, e, por consequência, as receitas que dele advêm.

Leia o artigo completo na edição de Outubro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

See it to believe it  

Last July, credit rating agency Fitch Solutions made an upward revision of its estimate for the evolution of inflation in 2021, due to the increase in interest rates by the central bank. At that time, it predicted that prices would rise 23.5%, based on a reference interest rate remaining at 20%. The agency’s experts estimated, “slower-than-anticipated price moderation, coupled with the National Bank of Angola’s renewed commitment to inflation control”, could lead to an increase in the inflation rate later this year.

Contrarily, two months earlier, the BNA reviewed the inflation rate at around 19.5%, different from the 18.7% initially forecasted, taking into account the goods’ supply shocks registered in the first four months of 2021. But the rise in prices continued, hence, more recently, the Executive decided to suspend temporarily, through a Presidential Legislative Decree, the requirement to pay customs duties for importing basic food basket products. The same instrument contains measures such as the conclusion, within 90 days, of the process of transferring the management of state-owned stores and distribution logistic centers - created blindly and managed badly, by the way -, the plan to distribute vans to strengthen rural trade activities, and increasing flexibility and agility of the commercial licensing procedure in the Foreign Trade Integrated Platform, as well as the reduction, to 48 hours, of the licensing deadlines for sanitary and phytosanitary purposes.

However, these measures, which are by no means original, join several others already tried and tested by the Government’s economic team, whose results fell short of the objectives in the majority of cases. Perhaps this is why, despite the fact that we have a PRODESI, the younger brother of “Angola Investe” - which was shelved without studying the reasons for its success and failure, in order to avoid mistakes in similar programs -, we have not managed to compensate with national production for the fall in the supply of goods and services that has been registered due to, among other factors, Covid-19, which also limited the demand for our main export product, oil, and, consequently, stoke the fears arising from it.

Read the full article in the October issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).