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A herança de Trump na “era-Joe Biden” (conclusão)

Justino Pinto de Andrade
29/1/2021
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Foto:
ISTOCKPHOTO

A “Era Joe Biden” introduzirá uma alteração substancial nas relações internacionais, com um novo posicionamento dos Estados Unidos da América.

A Índia é um “player” a que os norte-americanos certamente darão a devida atenção. Trata-se de uma economia forte na região que olha com muito cuidado para a avassaladora importância da China. O país tem sido muito abalado pela pandemia da Covid-19, mas devido à sua grandeza e capacidade regeneradora vai seguramente ser tida em conta nas expectativas do novo poder dos EUA.

Tenha-se em atenção que a Vice-Presidente eleita, Kamala Harris, é filha de mãe indiana. Em política, tal origem pode não ser tudo, mas é possível que venha a jogar algum papel, pela afectividade e os interesses estratégicos dos dois países. Pela certa, a Índia jogará um papel de contenção face à avalancha chinesa na região.

É de assinalar a recente assinatura do maior Acordo Comercial do Mundo, denominado Parceria Económica Abrangente Regional (RCEP – sigla inglesa) envolvendo 15 países, para o estabelecimento de uma Zona de Comércio Livre. Destes 15 países, 10 são do sudeste asiático (Indonésia, Tailândia, Singapura, Malásia, Filipinas, Vietnam, Birmânia, Camboja, Brunei e Laos), e os restantes cinco são a China, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul. Trata-se de um bloco de 15 países que representa 30% do PIB mundial e onde vivem mais de 2,2 mil milhões de pessoas. Com esse Acordo, a China amplia a sua importância na região.

A Índia não aderiu ao pacto, receando uma invasão de produtos chineses que possam pôr em causa o seu processo de crescimento económico.

Durante o mandato de Barack Obama, os EUA propuseram um pacto semelhante. Mas Trump reagiu contra, dando todo o espaço à China que o soube aproveitar. Esse é mais um desafio para a Administração Biden.

Entretanto, vale também referir a relação dos Estados Unidos e o Canadá, dois países que têm uma grande articulação na área comercial. O projecto de Biden de reanimação da indústria dos EUA pós-pandemia pode vir a afectar o comércio entre os dois países. Acredito, porém, que tudo farão para manter esse laço, bem como as afinidades no multilateralismo e nas mudanças climáticas.

Leia o artigo completo na edição de Janeiro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

The legacy of Trump in the “Joe Biden era” (conclusion)

The “Joe Biden Era” will introduce a substantial change in international relations, with a new positioning of the United States of America.

India is a “player” which Americans will certainly give due attention. It is a strong economy in the region that looks very carefully at the overwhelming importance of China. The country has been very much affected by the Covid-19 pandemic, but owing to its size and regenerative capacity, it will surely be taken into account in the expectations of the new man in charge in the USA.

To note that the elected Vice-President, Kamala Harris, is the daughter of an Indian mother. In politics, such an origin may not be everything, but it is possible that it may play some role due to the affectivity and the strategic interests of both countries. It is certain that India will play a role in containing the Chinese avalanche in the region.

It is worth noting the recent signing of the world’s largest trade agreement, called the Regional Comprehensive Economic Partnership (RCEP), involving 15 countries in establishing a Free Trade Area. Of these 15 countries, 10 are from Southeast Asia (Indonesia, Thailand, Singapore, Malaysia, Philippines, Vietnam, Burma, Cambodia, Brunei and Laos), and the remaining five are China, Japan, Australia, New Zealand and South Korea. This block of 15 countries represents 30% of the world’s GDP and a population of over 2.2 billion people. With this Agreement, China expands its presence in the region.

India has not joined the pact, fearing an invasion of Chinese products that could jeopardize its process of economic growth.

During Barack Obama’s mandate, the USA proposed a similar pact. But Trump reacted against it, giving all the space to China, which knew how to take advantage of it. This is another challenge for the Biden Administration.

However, it is also worth mentioning the relationship between the United States and Canada, two countries that have a great articulation in the commercial area. Biden’s project to revive post-Pandemic US industry may affect trade between the two countries. I believe, however, that they will do everything to maintain this bond, as well as the affinities in multilateralism and climate change.

Read the full article in the January issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).