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África perde até 15 mil milhões USD/ano devido a alterações climáticas e só é responsável por 4% das emissões - BAD

Victória Maviluka
28/5/2024
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Foto:
DR

Situação pioraria se não fossem tomadas medidas imediatas, e, até 2030, as perdas anuais de África devido às alterações climáticas poderiam disparar para 40 mil milhões de dólares.

O continente africano perde, anualmente, entre 7 e 15 mil milhões de dólares devido à devastação das alterações climáticas, quando o seu nível de emissão não supera os 4%, atirou o presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

Akinwumi Adesina disse, durante uma conferência de imprensa em Nairobi, à margem das Reuniões Anuais do BAD, que, embora África tenha contribuído minimamente para as emissões globais, está a suportar o fardo desproporcional das catástrofes.

Sublinhou, citado pela imprensa nigeriana, o facto de o continente ser responsável por apenas 3 a 4% das emissões, mas estar a sofrer “inesperadamente” as consequências mais graves da degradação ambiental.

Referiu que a situação pioraria se não fossem tomadas medidas imediatas, acrescentando que, até 2030, as perdas anuais de África devido às alterações climáticas poderiam disparar para 40 mil milhões de dólares.

“Isso significa que estamos a perder muito do nosso potencial para algo que não causámos, porque África não foi responsável por mais de 3 a 4% das emissões climáticas. Mas, hoje, está a sofrer desproporcionalmente as consequências negativas das alterações climáticas, que podem agravar a pressão sobre economias já vulneráveis”, afirmou Adesina.

De acordo com o presidente do BAD, os acontecimentos que se desenrolam retratam claramente a luta de África contra os efeitos climáticos: “Desde a pior seca de que há memória no Malawi até à declaração de emergência nacional no Zimbabué devido a uma seca severa e Moçambique a braços com cheias devastadoras, o continente está assolado por fenómenos meteorológicos extremos”.

Sugeriu a necessidade de medidas que vão além do mero reconhecimento – uma necessidade de apoio financeiro global para reforçar a resiliência de África e facilitar medidas de adaptação.

“O futuro da economia de África vai depender da construção de resiliência a estes choques específicos, porque as alterações climáticas estão a devastar todo o continente”, alertou.