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Angola, 19 anos de Paz com diversos “conflitos”

Andrade Lino
5/4/2021
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Parte da história de Angola foi marcada por períodos de guerra, sendo que o último, iniciado depois da Independência, levou 27 anos, culminando, a 4 de Abril de 2002, com o Acordo de Paz.

Em 2004, o Governo elaborou a sua Estratégia de Combate à Pobreza (ECP), um fenómeno que, na altura, afectava 68% da população angolana, dos quais 26% se encontravam em condição de pobreza extrema (equivalente a até 0,75 dólares por dia), fez saber o Ministério do Planeamento, em 2005, num relatório que identifica como factores da pobreza no país o conflito armado, a pressão demográfica, a destruição, a degradação das infra-estruturas económicas e sociais, o funcionamento débil dos serviços de educação, saúde e protecção social, a quebra muito acentuada da oferta interna de produtos fundamentais, a debilidade do quadro institucional, a desqualificação e desvalorização do capital humano e a ineficácia das políticas macroeconómicas.

Todavia, 19 anos passados, cidadãos lamentam a persistência de alguns conflitos sociais e a forma como muitos desafios têm sido ignorados, numa altura em que o país ainda carece de reconstrução e afirmação em vários sectores.

Dados avançados em finais de 2020 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no Relatório Sobre a Pobreza Multidimensional em Angola, estimam o índice da pobreza nacional em 54%, fazendo que mais de quatro em 10 cidadãos sejam pobres, sem qualidade habitacional adequada (44,2%), com privações em electricidade (43,7) ou registo civil (43,3%), e a taxa de incidência na zona rural (87,8%) é mais do que o dobro, em relação às zonas urbanas (35%).

Vive-se um período de intensa manipulação, declaram alguns interlocutores. Por exemplo, o Governo e o INE, em particular, garantem uma redução na taxa de desemprego em pleno período de pandemia, com a criação de novos postos de trabalho desde 2019, mas a realidade deixa muitos jovens “sem paz”, recordando que, para além disso, os problemas de distribuição de energia e água ainda são vistos como empecilhos para o desenvolvimento do país.

Leia o artigo completo na edição de Abril, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Angola, 19 years of Peace with many “conflicts”

Much of the history of Angola was marked by periods of war; the most recent one began right after the Independence, lasted 27 years, and ended on April 4, 2002, with the Peace Agreement between the two major political parties, MPLA and UNITA.

In 2004, The Government developed its Strategy to Combat Poverty (ECP). This was a phenomenon that affected 68% of the Angolan population at the time, 26% of which living in extreme poverty (equivalent to up to 0.75 dollars a day). The information above was provided by the Ministry of Planning in a report, in 2005, where it identifies as reasons for the poverty the armed conflict in the country, demographic pressure, destruction, degradation of the economic and social infrastructures, poor education, health and social protection services, the very sharp decline of the domestic supply of basic products, weakness of the institutional framework, disqualification and devaluation of the human capital and the inefficiency of the macroeconomic policies.

However, 19 years later, citizens are still complaining about the persistence of some social conflicts and on the way many challenges have been ignored, at a time when several sectors of the country still need reconstruction and consolidation.

According to the data from the National Institute of Statistics (INE) at the end of 2020, in a Report on Multidimensional Poverty in Angola, the national poverty rate was estimated at 54%, which means that more than 4 out of 10 citizens are poor, without adequate housing (44.2%), deprived of electricity (43.7) or civil registration (43.3%); the incidence rate in rural areas (87.8%) is more than twice compared to that of the urban areas (35%).

We are living in a period of intense manipulation, some interlocutors declared. For instance, the Government and INE stated that there was a reduction in the unemployment rate even during the pandemic period, with the creation of new jobs since 2019. But the reality deprives many young people from “peace”; in addition, the shortage of electricity and water distribution is still seen as obstacles to the development of the country.

Read the full article in the April issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).