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Angola negocia extensão de prazos para pagar dívidas

Redacção_E&M
14/10/2020
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Foto:
DR

A informação foi avançada ontem, terça-feira, 13, pela ministra das Finanças, Vera de Sousa Daves, a margem de num workshop que debateu a “ Recuperação e resiliência pós-covid-19”.

A responsável afirmou, depois do evento promovido pelo FMI, que o país está a negociar com os credores internacionais um possível adiamento do tempo de pagamento da sua dívida e, na eventualidade de os credores não aceitarem o pedido de prolongar o pagamento da dívida, o país terá de reduzir as despesas e optimizar a sua gestão fiscal.

A ministra das Finanças, que participou no evento por vídeo-conferência, garantiu que há abertura para o diálogo com os credores, que tem sido feito com o Banco Mundial e o Clube de Paris - este, por sua vez, lidera o processo interagindo com os seus membros.

Segundo a Angop, o Clube de Paris suspendeu a dívida de Angola no intervalo de Setembro a Dezembro deste ano. Neste período, o país fica sem pagar capital e juros. Findo o prazo, o país terá um tempo de cerca três anos para ir pagando pelo período de suspensão.

Entretanto, sem prejuízo das negociações com aquelas instituições, a ministra avançou que se houver espaço para acordos bilaterais serão feitos.
Vera Daves explicou também que há coordenação na negociação da dívida entre os principais devedores africanos do Clube de Paris, mas realçou que além de mais tempo para pagar a dívida precisam de mais fluxos financeiros nas suas economias.

“Há consenso que o adiamento ou prolongamento entre os devedores africanos é bem-vindo”, afirmou a titular da pasta das Finanças, tendo acrescentado que durante o encontro não se falou do perdão da dívida.

O Clube de Paris é uma instituição informal constituída por 22 cuja missão é ajudar financeiramente países com dificuldades económicas. O seu primeiro encontro aconteceu em 1956, quando a Argentina concordou em reunir-se com credores na cidade de Paris.

A vídeo-conferência foi promovida pela directora geral do FMI, Kristina Georgieva, no âmbito das reuniões anuais desta organização internacional, contou com a participação do presidente e director executivo da Black Rock, maior empresa americana de gestão de activos no mundo, Lawrence Fink,do enviado especial da ONU para Acção clim+ática e Finanças, Mark Carney e com a moderação de Francine Lacqua , da empresa Bloomberg.