Durante a sua intervenção, na segunda-feira, 26, num webinar que abordou “Agricultura Sustentável e Segurança Alimentar”, promovido pela Academia de Santa Catarina (Brasil) com o apoio do Governo do Reino Unido, o presidente da Comissão Executiva do BDA não avançou os valores dos financiamentos respeitantes aos projectos.

Henda Inglês disse que os mais recentes projectos financiados estão ligados ao Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi) que contempla três linhas de créditos.

Prosseguindo, o presidente da Comissão Executiva do BDA, salientou que nestes programas foram estabelecidas linhas de crédito para insumos, aquisição de produtos agrícolas e pescas (com 35 produtos definidos) e o financiamento às cooperativas.

No que respeita aos insumos agrícolas, o PCE disse que o banco disponibilizou 142 mil milhões de kwanzas e tem ainda o programa de importação de fertilizantes, cuja linha de crédito foi completamente utilizada, sem no entanto avançar o valor.

Segundo o gestor, o banco estabeleceu outra linha de crédito de 26 mil milhões de kwanzas, para apoiar as cooperativas, no âmbito do início da campanha agrícola 2020/2021, tendo sido já realizadas 67 operações.

“O banco é a principal instituição de financiamento do sector agrícola e essas foram as últimas linhas de crédito disponibilizadas”, afirmou Henda Inglês, anunciando intenção de abertura de outras linhas de crédito.

Nesta linha de pensamento, escreve agência nacional de notícias, a instituição financeira vai conceder crédito, a partir de Novembro, com valores mais reduzidos para pequenos agricultores sem capacidades para implementarem os seus projectos, além de financiar transacções.

Para o efeito, avança a Angop, o BDA procedera ajustes nas suas operações para fazer face a estas necessidades dos pequenos agricultores sem capacidades financeiras, sem no entanto exigir a elaboração de projectos.

Os projectos que visam a construção de infra-estruturas agrícolas como armazéns e sistemas de irrigação, segundo Henda Inglês, também estão a merecer empréstimos do BDA.

Por outro lado, a embaixadora do Reino Unido em Angola, Jessica Hand, que também interveio como oradora do mesmo webinar, reiterou o apoio do seu país para o fomento da agricultura, defendendo, no entanto, a necessidade de uma maior competência básica dos agricultores para poderem gerir melhor às suas próprias terras.

De acordo com a diplomata britânica, já existe em Angola um projecto financiado pelo Reino Unido no valor de 73 milhões de libras, que inclui um elevado número de especialista sobre Segundo Jessica Hand, o Reino Unido pretende desenvolver sistemas agrícolas que realmente funcionem no contexto angolano.

A diplomata disse que o seu governo vai ajudar Angola nesta fase de transição do sector petrolífero para o não petrolífero com a aposta no sector da agricultura.

“Angola precisa de se alimentar a si própria e aproveitar as suas potencialidades para desenvolver o sector agrícola em todos os níveis”, defendeu.

Por sua vez, Jehiel Oliver, presidente da Comissão Executiva da empresa “Hello Tractor” disse existir planos de mecanização para Angola com a cedência de tractores a crédito, desde que os agricultores estejam agrupados em cooperativas.

Participaram deste evento especialistas da regional do Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), do agroportal, da Aipex e da empresa do sector de alimentos e Agri CDG Group PLC do Reino Unido.