3
1
PATROCINADO

Caminhos para cooperação num ‘mundo fragmentado’

Wilson Chimoco
15/3/2023
1
2
Foto:
ISTOCKPHOTO

Num mundo cada vez mais global e interdependente, o agir local tem sempre consequências globais.

Os líderes mundiais das diferentes esferas geográficas, políticas, económicas, negócios, academia e organizações não-governamentais voltaram a reunir-se em Davos, Suíça, de 16 a 20 de Janeiro de 2023, para reflectir sobre os actuais desafios e apontar as melhores soluções para os ultrapassar, num contexto em que a economia mundial tem sido pressionada pelos impactos negativos do conflito na Ucrânia, e os objectivos de emissão líquida zero de dióxido de carbono continuam a ser uma prioridade.

O fórum, decorrido sob o lema ‘Cooperação num mundo fragmentado’, procurou reflectir sobre os contornos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia está a produzir sobre o comércio e investimento internacional e na capacidade de adaptação que as economias menos avançadas têm para acomodar os impactos nos preços dos bens alimentares.

A necessidade de assegurar que as medidas definidas nas economias avançadas (aumento das taxas de juro dos bancos centrais) para contornar os efeitos do preço da energia e combustíveis não é traduzida em impactos negativos sobre a balança de pagamentos das economias menos avançadas e não cria crises cambial nem financeira.

E, ao longo dos cinco dias de debates, conferências e reuniões, o fórum produziu recomendações para temas fundamentais, como é o caso da i) cooperação geopolítica, ii) crescimento, comércio e infra-estrutura, iii) saúde, iv) tecnologia e inovação, v) emprego, capacidades e educação, vi) equidade, inclusão e diversidade e vii) artes e cultura.

A necessidade e a urgência de cada um destes temas têm vindo a aprofundar-se à medida que se assiste a riscos geopolíticos crescentes que ponham em causa os ganhos da globalização, nas suas vertentes da mobilidade das pessoas, intensificação do comércio e realização de investimento internacional.

Foi também ressaltada a mensagem segundo a qual, no mundo cada vez mais global e interdependente, o agir local tem sempre consequências globais. É essa a mentalidade que deve ser cultivada entre as diferentes nações, culturas, indústrias e organizações, de modo a concertar esforços e unir sinergias em prol de uma paz global que seja baseada no respeito pela soberania dos povos, nas liberdades fundamentais e na cooperação internacional.

Mas mais uma vez, foram os desafios  do Clima, Energia, Natureza e Sustentabilidade  que voltaram a estar no centro das grandes discussões, com destaque para a urgência da transição energética para o alcance da emissão líquida zero de dióxido de carbono até 2050, enquanto ambição mundial para reduzir os níveis de aquecimento global a que se tem vindo a assistir, e todos os efeitos  associados. Voltou-se ainda a debater sobre o comprometimento das principais economias poluentes para implementarem acções mais ambiciosas para o alcance dos objectivos propostos.

Os Estados têm-se posicionado no investimento em soluções energéticas que concorram para a alteração da actual matriz energética intensa no uso de alta emissão de carbono, para uma matriz energética de baixa emissão de dióxido de carbono, em linha com as ambições de emissão zero de dióxido de carbono em 2050.

Leia o artigo completo na edição de Março, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Paths for cooperation in a “fragmented world”

In an increasingly global and interdependent world, acting locally always has global consequences. For this reason, global leaders, recently gathered in Davos, Switzerland, once again analyzed the paths for cooperation.

World leaders from different geographic, political, economic, business, academia and non-governmental organizations met again in Davos, Switzerland, from 16 to 20 January 2023. They reflected on the current challenges and sought to find the best solutions to overcome them, in a context in which the world economy has been pressured by the negative impacts of the conflict in Ukraine, and in which the goals of net zero carbon dioxide emissions continue to be a priority.

The forum, which took place under the motto “Cooperation in a fragmented world,” aimed to reflect on the contours of the conflict between Russia and Ukraine and its adverse effect on international trade and investment, and on the adaptability that less advanced economies have to accommodate impacts on food prices.

On the other hand, there was also the need to ensure that measures defined in advanced economies (increase in central bank interest rates) to circumvent the effects of energy and fuel prices are not translated into negative impacts on the balance of payments of less advanced economies and do not create currency and financial crises.

And over the course of five days of debates, conferences and meetings, the forum produced recommendations for fundamental themes, such as i) geopolitical cooperation, ii) growth, trade and infrastructure, iii) health, iv) technology and innovation, v) employment, skills and education, vi) equity, inclusion and diversity and vii) arts and culture.

The need and urgency of each of these themes has been deepening as we witness growing geopolitical risks that jeopardize the gains of globalization, in its aspects of mobility of people, intensification of trade and international investment.

Another message that was highlighted is that in an increasingly global and interdependent world, local action always has global consequences. This is the mentality that must be cultivated among different nations, cultures, industries and organizations, in order to combine efforts and unite synergies in favor of a global peace that is based on respect for the sovereignty of peoples, fundamental freedoms and international cooperation.

But once again, it was the challenges of climate, energy, nature and sustainability that were at the center of major discussions, with particular emphasis on the urgency of the energy transition to achieve net zero carbon dioxide emissions by 2050, as it’s the world’s ambition to reduce the levels of global warming and all its associated effects that we have been witnessing. There was also a debate on the commitment of the main polluting economies to implement more ambitious actions to achieve the proposed objectives.

States have been positioning themselves in investing in energy solutions that contribute to changing the current energy matrix that is intense in the use of high carbon emissions, to an energy matrix with low carbon dioxide emissions, in line with the ambitions of emission zero carbon dioxide by 2050.

Read the full article in the March issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).