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Conteúdo Local. Nova líder da ASSEA quer retirar 18% da participação das empresas estrangeiras prestadoras de serviços do sector petrolífero

Cláudio Gomes
21/3/2024
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Foto:
DR

Associação pretende fortalecer as empresas nacionais e aumentar a participação destas de 2% para 20%, pondo, deste modo, fim ao que chama de “êxodo financeiro”.

Ao assumir a presidência da ASSEA, instituição fundada em 2019, e que conta com mais de 80 empresas associadas, Berta Rodrigues Issa quer fortalecer a instituição associativa, tornando-a mais activa e mais alinhada com a actual Legislação de Conteúdo Local (Decreto Presidencial n.º 271/20), como se pode depreender numa nota consultada, recentemente, pela Economia & Mercado.  

Para a nova líder da ASSEA, que substituiu no cargo Bo Dontoni, director-geral da AIS, Lda, a contribuição das empresas nacionais no sector petrolífero “é preocupante”, por ser dominado em 98% por empresas estrangeiras, que concentram a maior parte das contratações.

A recém-empossada líder da associação considera, por isso, imperioso aumentar a quota  das empresas locais no sector de 2% para 20%, o que, a acontecer, elevaria a participação angolana para 3,65 mil milhões de dólares e a retiraria 18% da participação às petrolíferas estrangeiras.

O actual quadro das empresas nacionais espelha um contexto de restrição que, na visão de Berta Rodrigues Issa, não só afecta a tesouraria das empresas nacionais, como compromete a intenção destas de competirem em “pé de igualdade” com as congéneres estrangeiras, que à partida, gozam de maior capacidade de financiamento, tecnologia e know-how.

“É imperativo superarmos obstáculos persistentes, como a não implementação da metodologia de medição do conteúdo local, a ausência de instrutivos no sector para permitir pagamentos em Kwanza e em moeda estrangeira, bem como prazos de pagamento desfavoráveis", considerou, citada na nota.

Igualdade do género 

No quadro da igualdade do género e da inclusão social, a presidente da ASSEA pretende promover a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade no sector energético com a maior inserção de empresas lideradas por mulheres e incentivando estágios profissionais para mais de 150 jovens até ao final deste ano.

Sobre o tema, referiu que, nos 2% respaldados nas estatísticas, “não há registos significativos de empresas angolanas lideradas por mulheres”, o que demonstra uma “discrepância, injustiça económica” e um obstáculo ao crescimento sustentável do País.

Berta Rodrigues Issa apelou para a necessidade de a organização “servir como farol de esperança na criação de empregos para jovens quadros que procuram o seu primeiro emprego, garantindo, assim, um futuro próspero e sustentável para todos”. 

Assim, para cumprir a lista de compromissos, a actual presidente da ASSEA conta com o apoio de dois vice-presidentes, nomeadamente Paulo Maurício (Vepcom Lda) e Caetano Capitão (Ceog S.A). 

Já com ‘estrada’ no sector petrolífero

O comunicado da ASSEA, a que a E&M teve acesso, diz que a nova líder da associação tem mais de 18 anos de experiência nos sectores financeiro e petrolífero, e é graduada em finanças, com um MBA em negócios internacionais, além de experiência internacional em estratégia de comunicação pela Universidade de Nova Iorque, com passagem pela divisão Downstream da Sonangol Logística e pelo Conselho de Administração da petrolífera nacional.

A Associação de Empresas Autóctones para a Indústria Petrolífera de Angola é uma plataforma de reflexão para empresários, profissionais e especialistas angolanos do sector petrolífero.

ASSEA tem como missão fundamental promover, fomentar e desenvolver o crescimento do Produto Nacional Bruto (PIB) através da implementação da legislação de Conteúdo Local e do engajamento activo das empresas nacionais no sector petrolífero como alavanca principal da diversificação da economia angolana e fortalecimento do empresariado nacional.