Em 2023, a contribuição do sector dos seguros para o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique caiu para 0,39%, em comparação com os 0,47% registados em 2022, segundo dados de um relatório de estabilidade financeira, do banco central, citado pela Lusa.

O documento do Banco de Moçambique (BdM) revela que a proporção dos depósitos do sector segurador, no total dos seus investimentos, manteve-se em cerca de 30%, semelhante ao ano anterior, “significativamente influenciado pelas condições macroeconómicas e pelo desenvolvimento do sector bancário nacional”.

Segundo o relatório, os dados preliminares indicam que o sector segurador manteve, em 2023, uma margem de solvência robusta, suficiente para absorver perdas imprevistas e cumprir com as suas obrigações para com os clientes.

Além disso, refere que a taxa de cobertura da margem de solvência no sector de seguros permaneceu estável, com a margem de solvência requerida representando aproximadamente um quarto da margem de solvência disponível nos últimos anos, excedendo os limites regulamentares.

“O sector dos seguros é essencial na protecção do sistema bancário, actuando como uma ferramenta de gestão de vulnerabilidades e riscos que ameaçam a estabilidade do sistema financeiro do País. Além disso, está interligado ao mercado financeiro através das suas actividades de investimento, captação de fundos e emissão de dívida”, lê-se.

O BdM observou também uma tendência de redução dos depósitos a prazo entre os investimentos representativos das provisões técnicas, enquanto os investimentos em títulos da dívida pública aumentaram. Esta mudança incrementa a exposição ao risco soberano e pode influenciar a dinâmica do risco sistémico.

De acordo com dados do Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM), actualmente existem 19 companhias de seguros registadas no País, operando tanto nos ramos de vida como nos de não vida.