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De vendedor da McDonald's a ministro da EP, Mário João reflecte percurso de 25 anos

Sebastião Vemba
21/9/2022
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Foto:
DR

No meio de elogios, o ministro recebeu várias críticas, sendo que a maior parte delas está relacionada com a falta de resultados positivos da economia angolana.

O ministro da Economia e Planeamento, Mário Augusto Caetano João, partilhou, na sua página do LinkedIn, o seu percurso de 25 anos, desde que começou a trabalhar na McDonald’s, na República Checa, até assumir o actual cargo no Governo angolano, para o qual foi reconduzido, depois já ter sido secretário de Estado da Economia.

“Quando, em 1996, entrei para o McDonald's em Praga, República Checa, à procura de dinheiro para comprar um par de Jordan, não imaginava o que seria a minha vida profissional. Acabei trabalhando no McDonald's 8 anos e 25 anos depois minha vida profissional levou-me a Ministro da Economia e Planeamento do Governo de Angola", escreveu, tendo salientado a confiança que voltou a merecer do Presidente João Lourenço, empossado no dia 15 de Setembro. "Foco, disciplina e determinação são vitais para se ultrapassarem obstáculos e chegar à meta. Para frente é o caminho”, escreveu o responsável.

Entretanto, no meio de elogios, o ministro recebeu várias críticas, sendo que a maior parte delas está relacionada com a falta de resultados positivos da economia angolana.

No LinkedIn, Stela Nunes, identificada como uma profissional do Instituto Francês do Petróleo, atirou: “fico sinceramente desapontada com esta suposta nova geraçāo no governo de Angola que nāo aporta valor nenhum a nossa sociedade, resultados económicos negativos, acabam todos endinheirados e arrogantes. Infelizmente nāo consigo citar um que tenha feito a diferença, que lute pela diferença.... no final acabam todos subjugados ao sistema. Por isso antes de orgulhar-se apresente resultados e o reconhecimento chegará", escreveu. E não poupou críticas a João Lourenço e ao recente processo eleitoral decorrido em Angola. "Um presidente que se mantém no poder por via de  tantas irregularidades nunca vai conseguir pôr ordem na casa, acabar com a corrupçāo, porque na primeira tentativa  será repontado. Se em 2017 JLO entrou para o poder de māos atadas, agora em 2022 tem as māos e o corpo amordaçados, terá sempre de se subjugar aos seus cúmplices”.

Angola está a deixar de ser uma plataforma logística de importação e distribuição de bens e serviços e está efectivamente a fazer MERCADO
Mário Caetano João, ministro da Economia e Planeamento, no discurso de abertura da II Conferência E&M sobre Economia Azul

Em resposta, o ministro da Economia e Planeamento, num tom educado, considerou o comentário  valioso, mas argumentou: “Na alteração de paradigma de fazer economia, uns sentem-se fora e outros dentro. Angola está a deixar de ser uma plataforma logística de importação e distribuição de bens e serviços e está efectivamente a fazer MERCADO onde a produção nacional de bens e serviços torna-se o motor da economia. Alternado o paradigma, torna-se imperioso agora proteger, com instrumentos próprios, este MERCADO. Isto leva tempo, mas estaremos trabalhando para garantir impacto de desenvolvimento. Para dados reais, visite nosso site https://mep.gov.ao/“.

A serenidade de Mário Augusto Caetano João mantém-se nas respostas aos comentários mais agressivos ao seu post, sendo que o mesmo partilhou, igualmente, uma espécie de “guia” de comentários nas redes sociais, que reflecte a necessidade e pertinência ou não de se emitir uma opinião sobre tudo que se publica, descarregando agressividade e, muitas vezes, desrespeito e ofensa ao bom nome alheio.

Com mestrado em três áreas, incluindo em Economia Agrária, em 2006, pela Faculdade de Economia e Gestão da Universidade de Agricultura de Praga, República Checa, e três Douramentos, sendo um deles em Economia pela Faculdade de Economia e Gestão da Universidade de Agricultura de Praga, República Checa, Mário Augusto Caetano João tem uma longa experiência profissional, tendo passado pela Bolsa e Dívida de Valores de Angola (BODIVA), por exemplo. Entre 2016 e 2019 foi assessor do Administrador da 25ª Constituência no Grupo Banco Mundial (GBM) em Washington, DC, Estados Unidos da América e  2015 e 2016 foi Chefe de Departamento de Relações Internacionais do Ministério das Finanças. Foi ainda chefe de Departamento para a Política e Gestão Macroeconómica do Ministério das Finanças e, em 2008 e 2012, foi de chefe de Intercâmbio e Cooperação das Alfândegas de Angola.