O relatório da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) mostra que o activo caiu pouco mais de 15%, para 8,1 mil milhões em 2021, contra os 9,6 mil milhões kwanzas de 2020. Chamam atenção as disponibilidades que se fixaram nos 2 mil milhões de kwanzas em 2021, contra os 59 milhões de 2020. Um enorme crescimento, justificado, conforme o próprio documento, pela transferência dos Fundos de Abandono, anteriormente registados nas contas da antiga concessionária, para as contas de garantia (escrow account) da ANPG, em cumprimento do ponto 3 do Artigo 5º do Decreto Presidencial n.º 145/20, conjugado com o Decreto Presidencial n.º 1/20, bem como aos montantes fundeados pelos grupos empreiteiros no período.

Estes valores empurraram o activo para os mais de 8 mil milhões de kwanzas. O que é o mesmo que dizer que sem esses pouco mais de 2 mil milhões que a ANPG recebeu da Sonangol, por obrigação do Decreto Presidencial, o total do activo no ano 2021, seria ainda mais baixo.

O capital próprio fez movimento inverso e saltou dos 97 milhões kwanzas em 2020 para os 370 milhões em 2021. Mas neste relatório da ANPG, há outra má noticia. Os resultados operacionais saíram de 168 milhões de kwanzas em 2020, para o saldo negativo de 47 milhões de kwanzas em 2021. Sendo que mesmo em 2020, os resultados não operacionais de mais de 200 milhões foram os principais responsáveis por colocar os resultados operacionais para terrenos positivos.

O relatório da ANPG é um verdadeiro filme de suspense que preocupa. Tão preocupante quanto a queda dos Resultados Líquidos que se ficaram pelos 55 milhões em 2021, cerca de ¼ dos 210 milhões registados em 2020.