3
1
PATROCINADO

Deloitte diz que procura de energia em Angola pode aumentar 25% até 2030

Cláudio Gomes
17/10/2023
1
2
Foto:
DR

O estudo Africa Energy Outlook 2023 diz que a procura por electricidade em Angola poderá aumentar tendo em conta o crescimento populacional, a urbanização e o desenvolvimento económico.

Consultado hoje, terça-feira, 17, a nota da Deloitte que diz que um estudo apresentado recentemente pela consultora no Africa Oil Week, em Cape Town, África do Sul, refere que o consumo energético no País é baixo quando comparado com outros países da região, apelando para uma nova abordagem energética.

O declínio da produção petrolífera a que se assiste nos últimos anos, de acordo com a nota, aumentou o interesse das autoridades angolanas pelo processo de transição energética sustentado, num mix diversificado e composto também pelo gás natural e pelas energias renováveis.

Contudo, lê-se, para atingir o desiderato da transição energética serão necessários investimentos nas infra-estruturas de produção, transmissão e distribuição de energia. De igualmente, realça, para aumentar a electrificação, o país deverá melhorar o seu quadro regulamentar para atrair investidores privados e investir em conhecimento especializado e no conteúdo local.

Segundo a Deloitte, este investimento pode ser feito com parte dos recursos provenientes da exploração do petróleo, por se tratar da maior fonte de receitas do país.

“Angola, que é rica em petróleo, enfrenta um enorme desafio energético: apenas metade da sua população tem acesso a fontes de energia limpa para cozinhar e várias províncias não cumprem a taxa mínima de electrificação definida pelo Governo, que é de 20%. Este incumprimento coloca em risco a obtenção da taxa de 60% até 2025”, realça a Deloitte.

Para o partner da Deloitte, Frederico Martins Correia, e responsável pelo Sector de Energia, Recursos & Indústria em Angola, “a criação deste mix pode vir a favorecer significativamente Angola, porque o país tem enormes potencialidades na sua capacidade produtiva e pode aumentá-la com a co-habitabilidade de diferentes fontes alternativas.

“A capacidade de geração de energia limpa, através dos nossos recursos hídricos e dos investimentos em curso em projectos solares, pode posicionar Angola na linha da frente no sector energético ao nível do continente”, disse Frederico Martins Correia, citado na nota.

O também consultor de energias entende que o mundo está a atravessar uma era de grandes oportunidades de transformação e responder aos desafios de sustentabilidade que requer a adopção de uma visão integrada das vantagens e dos desafios com que o mercado africano, e mais especificamente o angolano, enfrenta.

“Os modelos de co-habitabilidade são parte deste processo de transição energética e reflectem a procura de soluções globais por parte dos líderes e dos próprios consumidores”, lê-se.

O estudo que a Deloitte apresentou em Cape Town conta com uma análise detalhada sobre o estado e as perspectivas futuras de desenvolvimento do sector em África e uma análise detalhada de 6 países, nomeadamente Angola, Moçambique, Nigéria, Costa do Marfim, África do Sul e Marrocos.