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Desemprego deverá quebrar a taxa dos 30% no quarto trimestre de 2022

Redacção_E&M
30/12/2022
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A taxa de desemprego baixou 4,1 pontos percentuais (pp) para 30,0% no terceiro trimestre de 2022, quando comparada ao período homólogo de 2021, refere uma nota do Gabinete de Estudos Económicos do BFA

De acordo com os dados disponíveis no documento publicado esta semana pelo Banco Fomento Angola (BFA), o comércio e o sector público tiverem o maior impacto no crescimento do emprego.

Citando o Inquérito ao Emprego em Angola publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o documento refere que trata-se da maior quebra homóloga na taxa de desemprego desde o início da série estatística em 2019.

Segundo o BFA, a taxa de desemprego desceu 0,2 pontos percentuais face ao segundo trimestre do presente ano, período em que se tinha fixado nos 30,2%. “É a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 3 anos, desde o segundo trimestre de 2019 (29,0%)”, lê-se.

A nota do BFA refere que se trata de uma taxa de desemprego entre as mais elevadas do mundo. “Contam-se apenas alguns poucos países com taxas mais elevadas como a Nigéria e a África do Sul, 33,3% e 32,9%”, respectivamente, de acordo com dados da Bloomberg.

Segundo a análise feita por especialistas deste banco de referência nacional, a recuperação da economia está a levar a um início da descida mais persistente da taxa de desemprego em Angola. “A taxa caiu em termos homólogos pelo segundo trimestre consecutivo, e em termos trimestrais foi a quarta quebra seguida”, argumentam.

Os cinco anos de recessão, realçam os especialistas, junto com o impacto da pandemia da Covid-19, levaram a taxa a picos de 34% nos terceiros trimestres de 2020 e 2021, e as médias de 32% em 2020 e 2021. “Ou seja, um terço das pessoas disponíveis para trabalhar e à procura de trabalho estavam sem emprego formal ou informal na economia angolana. A pandemia da Covid-19 obrigou o mundo a adoptar mecanismos de defesa para salvaguardar o bem vida, tendo criado uma ruptura no mercado de trabalho com a perda nominal de muitos postos de trabalho, elevando desta forma a taxa de desemprego em muitos países”, explicam.

De acordo com o relatório em posse da Economia & Mercado, Angola não foi a excepção, uma vez que a taxa de desemprego já vinha de uma tendência crescente, sendo que a pandemia apenas serviu de uma “mola impulsionadora”, empurrado-a num ritmo de crescimento ligeiramente mais acelerado, tendo atingido um máximo histórico no terceiro trimestre de 2021, altura em que registou 34,1%. “Mas desde então tem decrescido, mantendo-se resistente na faixa dos 30%”, salientam.

Olhando para a variação homóloga, por outro lado, o documento expedito pelo BFA dá conta que “o pior agravamento da situação deu-se no terceiro trimestre de 2020”, com um aumento de 3,3 pontos percentuais para 34,0%, tendo, posteriormente, conforme análise dos especialistas, o mercado de trabalho encetado um início de recuperação, que mais tarde voltou a registar agravamentos homólogos, que foram interrompidos apenas no segundo trimestre de 2022, voltando à recuperação.

A tendência foi parecida na taxa de emprego, sendo o maior agravamento homólogo no segundo trimestre de 2020, de 5,2 pontos percentuais para 59,6%. Mas o desempenho desde 2021 tem sido menos claro, com avanços e recuos.