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Egipto é o 2.º país mais endividado do FMI, Angola aparece no 7.ª lugar. Quais são os milhões destas dívidas?

Victória Maviluka
22/4/2024
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Foto:
DR

Valor do crédito concedido pelo FMI aos Estados ‘engordou’ significativamente nos últimos três anos, devido aos impactos da Covid-19 e da guerra Rússia-Ucrânia.

Cinco países africanos fazem parte do ‘top 10’ dos Estados mais endividados do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Egipto aparece no 2.º lugar da lista, enquanto Angola é o 7.º país com maior dívida com o FMI, segundo dados da FDI Intelligence, do grupo Financial Times.

Com uma dívida de 14,90 mil milhões de dólares, o Egipto só é superado pela Argentina, que acumula um expressivo passivo com o FMI, a rondar os 41 mil milhões USD.

Angola, com 4,3 mil milhões dólares, está à frente de um bloco de quatro países africanos que ‘fecham’ o ‘top 10’ dos mais endividados da instituição financeira mundial: o Kénia (3,4 mil milhões de dólares, no 8.º lugar), África do Sul (3 mil milhões, 9.º) e o Ghana, 10.º da lista, com um passivo de 2,74 mil milhões USD.

A seguir ao Egipto estão países como a Ucrânia (3.º), com uma dívida de 12 mil milhões de dólares, o Paquistão (7,72 mil milhões, 4.º), Equador (6,69 mil milhões, 5.º) e a Colômbia (6.º), com um passivo de 4,3 mil milhões USD.

O Fundo Monetário Internacional é um dos maiores credores mundiais dos Estados. No início deste mês, o crédito global da instituição financeira era de 149 mil milhões de dólares, resultante de empréstimos concedidos a 94 países, segundo a FDI Intelligence.

O valor desta dívida ‘engordou’ significativamente nos últimos três anos, devido aos impactos da Covid-19 e da guerra Rússia-Ucrânia, que desferiram duros golpes nas finanças públicas de vários Estados.

Créditos que obrigam a pesados sacrifícios

Se as dívidas dos países africanos com o FMI são geralmente baixas, comparativamente ao global dos passivos, a verdade é que estes pendentes pesam fortemente nas suas economias e na sua soberania, dizem analistas do portal marroquino Le360.

Observam que os empréstimos da instituição financeira estão condicionados a uma série de reformas a empreender pelos países beneficiários, sendo as mais difíceis das quais a desvalorização das moedas, a eliminação dos subsídios para reduzir as despesas orçamentais e as privatizações.

Infelizmente, sublinha o portal, os Estados, muitas vezes, não têm outra escolha senão cumprir as exigências deste doador, acrescentando que, com efeito, em caso de dificuldades económicas e desequilíbrios macroeconómicos, sem acordos com o FMI, os Estados africanos lutam para encontrar alternativas de financiamento no mercado internacional.