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Especialistas advogam parcerias tecnológicas para optimização dos serviços

Andrade Lino
23/4/2024
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Foto:
Andrade Lino

O evento aconteceu numa das unidades hoteleiras de Luanda, sob o lema "Colaboração na cadeia de valor- Parcerias estratégicas para impulsionar o Supply Chain na indústria angolana".

Um olhar às parcerias estratégicas, por forma a fortalecerem a resiliência da cadeia de valor, foi dedicado recentemente pela Cegid, num evento onde líderes organizacionais defenderam, em uníssono, a promoção dessa corrente para impulsionar o crescimento sustentável e o desenvolvimento das empresas que actuam no segmento industrial angolano.

Durante uma mesa-redonda que reflectiu sobre a “Colaboração na cadeia de valor: Parcerias Estratégicas para impulsionar o Supply Chain na indústria angolana”, o gestor de território da Cegid para Angola e Moçambique, João Soares, afirmou que as parcerias estratégicas são fundamentais e altamente necessárias.

“Nós, Cegid, somos espelho disso, pois temos mais de 104 parceiros aqui”, realçou o orador, que entende que uma só empresa não pode abranger todas as áreas, destacando, entre outras, a necessidade de uma parceria tecnológica, “porque sem tecnologia não há evolução nem crescimento”.

Além disso, o responsável acrescentou ser fundamental uma parceria a nível de capital humano, para capacitação de pessoas, e até na área da indústria, para uma distribuição eficiente, aposta em fornecedores locais, tendo dado como exemplo o facto de dependermos muito de exterior, “quando no mercado, efectivamente, já temos ao lado, muitas vezes, um fornecedor que nos pode prestar o mesmo serviço que aquele que está lá fora”. Nessa ordem de ideias, sublinhou, é preciso criar-se um ecossistema local, as empresas juntarem-se, referindo ainda que a concorrência é saudável, “estamos num mercado emergente, cheio de oportunidades, e juntos somos mais fortes”.

Por outro lado, João Soares fez saber que a empresa que dirige olha para o futuro e aposta imenso na tecnologia, tendo por isso a preocupação de trazer, em breve, a Inteligência Artificial nas suas próximas soluções, para “se estudar” o que ela vai trazer para as nossas empresas, que oportunidades, riscos, enfim, o que, na sua opinião, pode vir a ser “o ponto de partida para um universo tecnológico completamente diferente do que vivemos hoje”.

“A tecnologia traz eficiência”

Quem, além de João Soares, defende o cooperativismo entre as organizações, é a agricultora Paula Bartolomeu, para quem a entreajuda permite diminuir custos. O rosto da Fazenda Maravilhosa observa que as tecnologias que se vão fazendo presentes em Angola, embora, em algumas regiões, existam há anos, vão ser importantes para dinamizar o sector da indústria. “A tecnologia traz eficiência. O mundo hoje caminha a uma velocidade que, se não estiveres alinhado, perdes-te. Traz essa capacidade de fazer as coisas acontecerem em harmonia das outras”, asseverou, elucidando para a optimização da logística, dizendo que, olhando para a produção agrícola, vai chegar uma altura em que não será necessário todos terem camiões. “Vamos entrar numa tecnologia do tipo uber para trucks, optimizando recursos, tempo, etc”.

Adiante, a fonte lembrou que estamos um bocadinho atrasados e sabemos por que razões. Então, se não tivermos aqui um aspecto de eficiência, não vamos poder competir com quem está na frente, permanecendo nesse contrapasso. “Há empresas cujo trabalho é a logística. Se eu tiver que comprar uma unidade para movimentar uma carga, tenho custos acrescidos. Começo a pensar na manutenção e na rota do camião... Em vez de pensar no produto que vou mandar para a cidade, fico a pensar nas condições do camião e perco a competitividade”, realçou Paula Bartolomeu, que esclarece que, quando entramos num ecossistema em que os outros já optimizam questões logísticas entre si para diminuirem o preço, e temos uma estrutura muito grande, o custo sobe.

Paralelamente a isso, a directora do IDIIA (Instituto Industrial e Inovação Tecnológica de Angola) declara que as estratégias têm que ter como fim obrigatório a integração de vários sectores da economia, quer seja o primário, secundário ou o terciário. Essa afirmação vem a propósito de, segundo Filomena Oliveira, se dar grande ênfase, actualmente, ao financiamento e impulsionamento da área produtiva no sector primário, sendo que, se esse impulsionamento não for integrado desde logo nos sectores secundário e terciário e a academia, “vamos ter sempre aquilo que são desperdícios e falta de sustentabilidade aos projectos e programas”.

As conclusões da painelista, para quem os principais desafios do sector industrial angolano são os mesmos: capital humano, acesso às novas tecnologias e a integração de programas projectos, são simples: “O homem começa o seu desenvolvimento a partir de casa, mas também a partir da escola. E a família e a escola têm uma grande responsabilidade no desenvolvimento dos seres humanos e do ser angolano, para que seja desde tenra idade capacitado para fazer a transformação do meio, dos seus produtos e serviços, fazendo aquilo que é mais básico, que é dar aso à criatividade das nossas crianças e dos nossos jovens, para que possam, dentro dessa criatividade, criar soluções endógenas para o desenvolvimento do país”, concluiu.

Finalmente, para o gestor de Serviços de Consultoria da Cegid, qualquer seguimento, sem ajuda da tecnologia, dá um passo para trás, advogando ser necessário, por isso, olhar a tecnologia como um factor de catalização de valores, além de adequá-la a cada contexto, pois, “uma mesma tecnologia aplicada aqui em Angola pode ser diferente, por exemplo, quando na África do Sul”.

Ainda de acordo com Hélio Santana, é essencial que, para se trabalharem parcerias, exista tecnologia, até para facilitar infra-estruturas, comunicação e transporte. “Existem determinados riscos que ocorrem na cadeia de valores que podem ser mitigados com a adopção de tecnologia. Ela nos permite optimizar os processos, tornando-os mais rentáveis a médio e longo prazo”, reforçou.