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Estradas, uma prioridade intangível dos OGE

Deslandes Monteiro
21/12/2021
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Foto:
Carlos Aguiar

A origem do velho provérbio “todos os caminhos levam a Roma” demonstra até hoje a importância de se construir uma rede rodoviária robusta e eficaz.

Os romanos, surpreendentemente, já naquela altura foram capazes de construir uma rede rodoviária de aproximadamente 80 mil quilómetros, que permitia que Roma fosse acessível a partir de todas as localidades fronteiriças, com enormes benefícios em termos económicos e militares.

Quando, em 1903, o físico Horatio Nelson Jackson conseguiu percorrer pelos quatro mil quilómetros que separam São Francisco de Nova York, a bordo de um automóvel, transformando-se na primeira pessoa a alcançar tal feito, e aproveitando-se um sistema rodoviário que em poucos anos se transformaria no símbolo do desenvolvimento americano, o mundo teve certeza da supremacia económica americana, redireccionando para aquele país a quase totalidade do comércio internacional e do investimento estrangeiro.

Em Angola, desde o período pós-independência, e sobretudo após o final da guerra civil, as estradas, principalmente as da rede primária, têm estado no centro das prioridades do Governo, ocupando uma posição privilegiada nas despesas do Programa de Investimentos Públicos (PIP). Porém, esta prioridade tem encontrado sérios entraves na materialização, sendo até ao momento um dos pontos mais débeis do desenvolvimento nacional.

A previsão de construção de 456 Km de estradas da rede primária e 69 da rede secundária, apresentada na proposta de OGE 2022, vem replicar um destaque ao sector rodoviário já presente em orçamentos, mas, mesmo assim, persistem os problemas de vias de comunicação entre províncias, cidades, municípios e até entre bairros.

Sem estradas não há logística, escoamento de produtos, comércio e, consequentemente, não há desenvolvimento económico e apetência para o investimento privado. Não há produtividade e assiduidade dos funcionários, assim como não há investimento robusto nacional e estrangeiro. Um país sem estradas, num mercado globalizado, é um país que parte sempre em desvantagem. É necessário que esta prioridade passe dos OGEs para a realidade do dia-a-dia.

Leia o artigo completo na edição de Dezembro, já disponível no aplicativo E&M para Android e em login (appeconomiaemercado.com).

Roads, an intangible priority of General State Budgets

When, in 1903, physicist Horatio Nelson Jackson managed to travel the 4,000 km between San Francisco and New York in a car, becoming the first person to achieve such a feat, and taking advantage of a road system that in a few years would become the symbol of American development, the world was assured of American economic supremacy, redirecting almost all international trade and foreign investment to that country.

The origin of the old proverb “all roads lead to Rome” shows, to this day, the importance of building a robust and efficient road network. And the Romans, surprisingly, were already able to build a road network of about 80,000 km, which allowed Rome to be accessible from all border localities, with enormous economic and military benefits.

In Angola, since post-independence, and especially since the end of the civil war, roads, primary roads in particular, have been at the center of the government’s priorities, occupying a privileged position in the expenditures of the Public Investment Program (PIP). However, this priority has encountered serious obstacles in its materialization, and is so far one of the weakest points of national development.

The construction of 456 km of primary roads and 69 km of secondary roads proposed in the 2022 State Budget replicates the emphasis on roads already present in all budgets, but even so the problems of communication routes between provinces, cities, municipalities and even between neighborhoods persist.

Without roads there are no logistics, no outlets for products, no trade, and consequently no economic development and no appetite for private investment. There is no productivity and employee attendance, as well as no robust national and foreign investment. A country without roads, in a globalized market, is a country that always starts at a disadvantage. This priority needs to move from the General State Budgets to everyday reality.

Read the full article in the December issue, now available on the E&M app for Android and at login (appeconomiaemercado.com).