Segundo a organização do evento, perspetivava-se receber 100 expositores mas apenas 50 estão a participar, na sua maioria do ramo mobiliário.
A organização do evento justificou as ausências com dificuldades de logística da parte das empresas por conta do momento económico que o país vive. Entretanto, a E&M sabe que há um descontentamento dos madeireiro devido aos preços cobrados nos entrepostos e no atraso da emissão de licenças de exploração de madeira.
Segundo o Presidente da Associação Nacional dos Industriais e Madeireiros (Anima), José Veríssimo, recentemente a imprensa, o ano florestal iniciou no dia 2 de Maio mas muitos dos seus membros encontram-se até ao momento sem licenças.
Concorrência desleal no mercado mobiliário
O Director comercial da Inducarpin, Gil Benga, empresa sedeada na ZEE e que produz equipamentos mobiliário para lares e escritórios e molduras para a construção civil quer ver ordem no mercado por entender haver “concorrência desleal entre as empresas que produzem localmente e aquelas que importam e colocam no mercado produtos mais baratos.
Gil Benga considera ser necessário dar incentivos fiscais e outros, para a protecção dos produtores nacionais, como por exemplo, o agravamento das taxas.
“Atualmente o mercado mobiliário está desregrado com interferência indirecta dos importadores”, revelou.
Na mesma senda, Julieta Bento da empresa Invest Mobiliário, defende que o país tem potencial madeireiro, garante não haver dificuldade de aquisição de madeira, pelo que pensa também que o empresariado nacional deveria ser potenciado e não prejudicado pela concorrência dos importadores.
“Hoje não faz sentido importar, por exemplo uma carteira escolar, mas há ainda quem importa”.
Para Francisco Sousa, coordenador comercial de Feiras da Eventos, a empresa que organiza o certame em parceria com o Ministério da Economia disse que já se justificava o lançamento de uma feira deste sector, porque é um dos ramos que pode contribuir para a diversificação da economia.
A primeira feira previa congregar 100 expositores do sector, entre produtores da indústria mobiliária e madeireiro, entretanto, acolheu apenas 50%. No local notou-se a ausência de madeireiros, pelo menos no dia da abertura.
A ministra da indústria, Bernarda Martins, considerou que a 1ª edição da Feira das Indústrias de Mobiliários e Madeiras de Angola (FIMMA) tem como objectivo de divulgar o que é produzido localmente.
“Já se produz no país mobiliário de boa qualidade, bem como janelas e portas, entretanto, há um longo caminho a percorrer até que o sector possa mostrar todo o seu potencial”, disse a governante no seu discurso preparado para o acto.
Em Janeiro deste ano, o ministro de Estado da Economia, Manuel Nunes Júnior, no final de uma visita ao Entreposto Madeireiro do Bengo disse o país já conseguiu arrecadar cerca de 19 milhões de dólares da exportação de madeira, que antes da existência dos entrepostos era praticamente zero.
Lembrou que o foco é a diversificação da economia, tendo declarado que “os entrepostos constituem elemento importante na cadeia de valore vão contribuir para aquilo que é a realização dos programas que visam aumentar a base de produtos exportáveis a nível nacional.