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Formalização da economia no Bengo com denúncia de troca de sexo

José Zangui
26/5/2022
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Foto:
DR

Operadores do Programa de Reconversão da Economia Informal (PREI) do mercado do Panguila, província do Bengo, estão a ser acusados de trocarem avanços nos processos por sexo.

A denúncia já faz parte das conversas de bares e dentro do próprio mercado onde está instalada uma equipa do Programa de Reconversão da Economia Informal ( PREI). “Aqui vai sair filhos”, gritavam algumas mulheres que preferimos não identificar para não serem “ barradas”.  Contaram as vicissitudes por que passam para a obtenção do cartão de comerciante, telefone e inscrição no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

Quase todos os dias, mulheres e homens passam à noite no mercado a espera da vez de serem atendidos. O processo de inscrição é caracterizado como sendo “muito lento” e, nalguns casos, a troca de prazer sexual é a saída para quem quer livrar-se das enchentes.  

Segundo uma das vendedoras, que preferiu o anonimato para não sofrer represália, relata que os funcionários quase que não trabalham. “Os funcionários chegam aqui, ficam a gingar e as pessoas têm de voltar todos os dias ou pernoitar, na expectativa de no dia seguinte ser uma das primeiras na lista”, disse.

Acrescentou ainda que, no caso do mercado do Panguila, o atendimento é apenas para as pessoas do Bengo, mas na prática, pessoas vindas de Luanda, acabam por ser formalizadas.  

A administradora do mercado, Rosa Lopes, contactada pela E&M, a respeito das denúncias, disse não ser a pessoa autorizada para falar do processo. A responsável esclareceu que o mercado cedeu apenas o espaço ao PREI, todo o resto “nós não nos envolvemos”.

Uma das principais queixas está na morosidade que se regista no posto do INSS.  A nossa reportagem contactou sem sucesso o responsável desta instituição na província do Bengo.  

Contactamos ainda o Ministério da Economia e Planeamento (MEP), para confirmar e esclarecer o sucedido, mas não fomos respondidos.

Texto em atualização