3
1
PATROCINADO

Governadores dos bancos centrais da SADC definem critérios de convergência macroeconómica

Joaquina Dungue
15/5/2023
1
2
Foto:
DR

Criação da moeda única da SADC depende de factores como união bancária e união fiscal, concluiram recentemente os governandores de Bancos Centrais da SADC.

O governador do Banco de Reserva da África do Sul, Lesetja Kganyago, disse, à margem da 56.ª reunião do Comité de Governadores dos Bancos Centrais (CCBG) da SADC, realizado recentemente em Luanda, tratar-se de uma ideia global que pode reduzir o custo do comércio na região, porque todos estariam a trabalhar numa única moeda.

Para o efeito, realçou o presidente do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), é necessário primeiro ter convergência macroeconómica.

“Os ministros das finanças e o governo aprovaram um programa de convergência onde se estabeleceu o orçamento, a dívida, a taxa de inflação para cada um dos países membros. Qual deverá ser a conta corrente em termos de balança de pagamentos de cada país, bem como as reservas que cada um deve ter”, disse Lesetja Kganyago.

Em primeiro, disse, deve-se manter a taxa de inflação num espaço de 1 a 3% e em segundo lugar certificarmos de que temos reservas de moeda externa. Estas reservas devem cobrir importação de até 6 meses. “Esta é  a nossa contribuição como bancos centrais para a convergência macroeconómica”.

O responsável acrescentou igualmente, que a segunda condição para ter uma moeda única é a criação de uma união fiscal e por último a união bancária. “A união bancária quer dizer que precisamos ter um regulamento comum para todos os bancos na região e a posterior uma instituição que poderá representar essa união bancária”, sustentou.

Lesetja Kganyago  lamentou o facto de África ainda estar longe destes passos até chegar à moeda única. “Até alcançarmos a convergência macroeconómica no continente, até termos a união bancária, até termos a união fiscal a moeda única vai continuar então um desejo”, disse.

Equilíbrio macroeconômico

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior afirmou que Angola deu "saltos" muito importantes, nos últimos cinco anos, que contribuíram para o alcance do equilíbrio macroeconómico e melhorias do funcionamento do sistema financeiro angolano, com realce para o mercado cambial.

Para Manuel Nunes Júnior, os ganhos registados, nos mais variados domínios, já começam a ter reflexos positivos na economia real, isto é, na produção de bens e serviços, depois da saída de Angola, em 2021, da recessão económico em que esteve "mergulhada" durante cinco anos.

De acordo com Manuel Nunes Júnior, um dos passos dados importantes, foi a  decisão tomada pelo Executivo em assegurar a autonomia e independência do BNA, no quadro do processo de revisão pontual da Lei Constitucional que ocorreu em 2021.

No quadro das melhorias observadas, o governante enaltece o papel que os Bancos Centrais desempenham na economia dos países, sendo veículos de grande importância na adopção de políticas monetárias e outras actividades especificas.

Por isso, defendeu um sistema bancário seguro e eficiente, para que as economias dos países se desenvolvam de forma sustentável e próspera.

Para o governante, os temas agendados neste encontro vão fortalecer a situação económica regional, que se afigura essencial para o desenvolvimento dos países a nível da região.