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Greve na saúde continua sem fim à vista e já provoca mortes

José Zangui
14/12/2021
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Foto:
DR

A greve dos médicos prossegue na segunda semana, pelo meio há mortes de pessoas que não são recebidas pelos profissionais.

Num caderno reivindicativo, os médicos reivindicam o reajuste salarial, o pagamento de subsídios, melhores condições laborais e reenquadramento do médico Adriano Manuel, secretário-geral do sindicato, suspenso há 18 meses pelo Ministério da Saúde.

Durante este período, de mais de sete dias, os hospitais atendem apenas os serviços mínimos, ou seja, os casos mais graves que chegam aos bancos de urgência, os demais não são sequer observados e por conta disso, alguns morrem nas ruas como constatou a E&M.

Na semana passada a E&M testemunhou dois casos de pessoas que morreram na rua, o primeiro foi no Rocha Pinto, na quarta-feira, 8, quando Madalena João que foi negado o atendimento no Hospital Geral de Luanda, acabou por “ tombar” por volta das 16horas.

Isabel, que trabalha num dos restaurantes no Desvio da Barra no Bengo, está em óbito do seu irmão de 25 anos, que também faleceu na rua, na passada sexta-feira. O funeral aconteceu no último domingo.

As autoridades oficiais não confirmam, o sindicato admite terem havido mais casos.

O entendimento entre o Ministério da Saúde e o sindicato dos médicos parece ser “um parto complicado”, não chegam a um acordo definitivo.  

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, manifestou, esta segunda-feira, em Luanda, disponibilidade para continuara  dialogar com o Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (SINMEA), com o intuito de se encontrar um caminho consensual para o fim da greve dos médicos. 

Em declarações à imprensa, Sílvia Lutucuta apelou aos médicos a calma, exortando-os a voltarem aos postos de trabalho para garantir a assistência médica-medicamentosa aos utentes das unidades sanitárias.

De acordo com a ministra, os ministérios das Finanças e o da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social estão a trabalhar para se responder, positivamente, para a melhoria da renumeração da função pública num todo. 

“Pedimos 90 dias para se fazer uma avaliação profunda da questão salarial, visto que requer um trabalho profundo que já está a ser feito pelos ministérios das Finanças e da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social”, referiu. 

A ministra acredita no bom senso dos médicos, realçando serem profissionais capazes de prestarem um bom serviço no país e além-fronteiras, priorizando o “bem vida”.  

Relativamente a recolocação do Medico Adriano Manuel, suspenso do Hospital Pediátrico de Luanda, Sílvia Lutucuta disse que lhe foi apresentado as propostas  para trabalhar, em hospitais de espacialidade, na Maternidade Lucrécia Paim ou no Hospital  Américo Boa vida. Entretanto, o médico recusou, tendo como preferência um dos hospitais municipais.

Segundo ainda a ministra para a colocação num hospital municipal o processo tem de ser iniciado pelo próprio médico porque, segundo esclareceu, no âmbito da descentralização municipal dos serviços médicos o Ministério não tem intervenção directa nos hospitais municipais.

Dizer que os médicos pedem salário de 1 milhão de Kwanzas e exigem que recém-contratados saiam dos hospitais.