3
1
PATROCINADO

Infra-estruturas são o caminho para a competitividade, aponta empresário Luís Diogo

Mariano Quissola
1/5/2023
1
2
Foto:
Isidoro Suka

Participantes à mesa redonda do ‘Angola Economic Outlook 2023’ divergem em relação ao ambiente de negócios, mas concordam nas soluções.

O director-geral da siderúrgica Fabrimetal aponta que o caminho para a competitividade económica e consequente satisfação do bem-estar das famílias é pelas infra-estruturas diversas.

Luís Diogo afirma que a consequência das infra-estruturas débeis sobre o desempenho da indústria é o alto custo de produção, reflectido no preço do produto final colocado no mercado, quando intervinha na mesa redonda que abordou, genericamente, ‘O Papel dos Sectores Público e Privado, das Organizações da Sociedade Civil e dos Parceiros Internacionais, no ‘Angola Economic Outlook 2023’.

O empresário sustenta a sua tese com os constrangimentos enfrentados pela sua empresa, para manter a capacidade de produção, que passa por investimentos adicionais para cobertura de custos com água e luz eléctrica.

“Temos de comprar, por dia, 30 a 40 camiões de água. A indústria siderúrgica necessita de muita água e não conseguimos. Isto impacta na actividade. Já não falo da questão do saneamento básico, em relação à eletricidade, tivemos de fazer investimentos adicionais, para termos a capacidade produtiva que temos hoje”, explica o gestor.

Laércio Cândido, director nacional para o Ambiente de Negócios do MEP pintou um quadro diferente, caracterizado por melhorias significas, com destaque para dez domínios que configuravam os factores de avaliação do extinto ‘Doing Business’ do Banco Mundial.

“O plano de acção para melhoria do ambiente de negócios 2023/2024 foi aprovado pela Comissão Económica do Conselho de Ministros e traz um conjunto de actividades que vão dar seguimento a esse processo de melhoria do ambiente de negócios”, anunciou o Laércio Cândido.

O director nacional acrescentou que a inclusão da melhoria do ambiente de negócios na agenda política resulta do  diagnostico do Banco Mundial,  fruto de uma parceria fez o governo angolano assumir tal compromisso, cujo resultado foi incluir no PDN da legislatura anterior, regido por um “plano de acção ambicioso”.

Depois dessas explicações, sobre os “avanços” registados no ambiente de negócios, o director da Fabrimetal manifestou-se preocupado com o facto de os seus constrangimentos não entrarem nas considerações do seu colega de painel, uma tratar-se desafios factuais inerentes ao ambiente de negócios.

“Sou o único aqui neste painel que está mais no sector industrial e dá-me ideia de que estou num país diferente de todos os outros. Não digo que está tudo mal, fez-se muita coisa boa, mas os constrangimentos que sentimos ninguém sente”, lamentou Luís Diogo da Fabrimetal.

O industrial do aço referiu-se ao director nacional do ambiente nos seguintes termos: “o colega de painel, Laércio, disse que foram desenvolvidos planos e estratégias. Sem dúvidas. Fico contente quando oiço que vai ser aligeirados os processos de acesso aos vistos, porque as empresas como a nossa, sentem essa dificuldade”.

Por sua vez, Miguel Raposo Alves, PCE do banco Atlântico disse que o mais difícil é conciliar crescimento e transformação económica, na medida em que o Executivo está focado na correcção de problemas conjunturais e não estruturais, por demorar demasiado tempo.

O gestor bancário considera que a qualidade da informação que chega ao banco para acesso ao crédito é fundamental, uma vez que a matriz de risco depende da qualidade da informação.

Lamenta o facto de o know-how ainda ser crítico, carecendo de melhorias profundas, alertando que a previsão do PREI formalizar os agentes económicos, deve levar em considerar o factor formação, de modo a garantir a sustentabilidade do processo.

Paulo Amaral, CEO do Jardins da Yoba afirma não haver muitas dificuldades para a criação e manter as empresas. “Já não há constrangimentos nenhuns”, ressalta.

O gestor disse que o sucesso da sua empresa resulta do cumprimento integral do plano estratégico, formação permanente dos quadros, rigor e disciplina dos quadros, bem como um ambiente de trabalho saudável.

Paulo Amaral concorda que a educação e formação de quadros é fundamental, mas a segurança alimentar é um pilar mais importante, pois sem o qual nenhum projecto avança.

Já o economista Yuri Quixina alerta que nenhum país cresceu sem investimento prioritário no capital humano e investigação científica, sendo que toda e qualquer reforma económica deve colocar no centro a academia.

Por outro lado, considera o sector privado o factor crucial para o crescimento económico, associado à melhoria do ambiente de negócio que só possível se obedecer um percurso que o torna cultura entre os agentes económicos.

Alexandre Carreira, PCE Nossa Seguros ddefende que o crescimento sustentável de uma economia depende do que está definido como “visão de país”, associada à equidade na distribuição da riqueza.

“Regra geral, as pessoas não têm competências técnicas. O país tem de saber onde quer estar no ranking do continente, sendo o pilar do sector financeiro importante”, acrescenta.