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Licitações no onshore angolano podem arrancar a qualquer momento

António Nogueira
3/12/2020
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Foto:
DR

Governo diz ter já disponível o pacote de dados referente aos blocos para a exploração petrolífera no onshore angolano.

O processo de licitação de direitos de pesquisa e produção de hidrocarbonetos líquidos e gasosos em blocos do onshore angolano poderá arrancar a qualquer momento, assegurou, nesta quarta-feira, 2, em Luanda, o chefe do departamento de negociações da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANGP), Hélder Lombo.

O responsável, que falava durante o Webinar sobre licitação petrolífera, dirigido à jornalistas, não avançou qualquer data para o arranque do referido processo, mas garantiu que continuam em curso as negociações que deverão permitir a entrada, em breve, de novos investidores nos referidos projectos, cuja a data inicial de licitações estava prevista, numa primeira fase, para o último trimestre de 2020.

Recorde-se que a 28 de Maio de 2019, a ANPG anunciou às empresas interessadas no processo em causa que já tinha disponível o pacote de dados referente aos blocos para a exploração petrolífera nas Bacias Terrestres do Baixo Congo (CON1, CON5 e CON6) e do Kwanza (KON5, KON6, KON8, KON9, KON17 e KON20).

Já em 2017, quando os direitos de conccessão e exploração petrolíferas estavam sob a responsabilidade da Sonangol, a petrolífera nacional havia cancelado os concursos públicos de licitação de blocos de duas bacias terrestres do país, niomedamente do Kwanza e do Baixo Congo, atribuídos em 2015, por serem inviáveis com os preços baixos na cotação do barril de crude.

Embora a exploração petrolífera seja feita principalmente no alto-mar em profundidades superiores a 1.200 metros, as autoridades nacionais que lidam com a indústria petrolífera admitem que o país dispõe também de um enorme potencial no onshore.

Consta que a bacia do Baixo Congo encontra-se em plena exploração, estando dividida em dois blocos, nomeadamente Cabinda Norte e Cabinda Sul. A Sonangol Pesquisa & produção assumiu-se como operador no primeiro.

A Rakoil operou no segundo bloco. A Total, companhia francesa, segundo ainda as informações oficiais disponíveis, assumiu as primeiras produções na zona do Soyo, mas estava nos planos transferir toda a operação para Somoil, empresa angolana, parceira da Sonangol P&P naquele projecto.

Depois de realizados vários estudos de exploração, em 2007, foram admitidos (mediante concurso público) para licenciamento de dois blocos (11 e 12) na Bacia do Kwanza. A análise feita naquele campo petrolífero incluiu trabalhos de sísmica 2D.

Também foram feitos trabalhos de reconhecimento geológico e aerogravimétricos (em cerca de 100 mil quilómetros quadrados) nas Bacias interiores de Kassanje, Okawango e Owango, visando avaliar o potencial de produção em toda a extensão do campo. O estudo permitiu perceber o potencial do país a nível da exploração de crude em onshore.

As observações científicas apontam para a existência de condições para a exploração de hidrocarbonetos em terra. Até à conclusão dos últimos estudos, aguardava-se pela divulgação da política a ser adoptada neste segmento da indústria petrolífera do país.