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Marrocos detém o 4.º porto mais competitivo do mundo. Angola fora do ‘top 5’ de África

Victória Maviluka
7/6/2024
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Foto:
DR

Porto de Tanger Med, que se posiciona como o principal centro logístico de África, oferece ligações marítimas regulares com mais de 186 portos em todo o mundo.

O Tanger Med, instalado em Marrocos, conservou o 4.º lugar dos portos mais competitivos a nível global e o 1.º em África, segundo o actualizado ranking do Banco Mundial e da S&P Global Market Intelligence.

O relatório ‘The Container Port performance index 2023’ coloca dois portos egípcios e igual número somali no ‘top 5’ das infra-estruturas portuárias mais competitivas a nível do continente.

O Porto Said e o Porto de Alexandria, no Egipto, ocupam o 2.º e 5º lugares da classificação, enquanto o Porto Berbera e o Porto Mogadíscio, localizados na Somália, figuram na 3.ª e 4.ª posições, respectivamente.

Desta forma, Angola, cujas principais unidades portuárias estão instaladas em Luanda e no Lobito (Benguela), não faz parte dos lugares cimeiros de uma classificação que considera a eficiência dos portos de contentores, medindo o tempo decorrido entre a chegada de um navio ao porto e a sua saída do cais.

À semelhança das edições anteriores, são os portos do Leste e Sudeste Asiático que dominam o ‘The Container Port performance index’, ocupando 13 dos 20 primeiros lugares do ranking.

A classificação anual do Banco Mundial e da S&P Global Market Intelligence sobre os portos mais competitivos a nível global é liderada pelo chinês Yangshan, à frente de Salalah (2.º lugar), em Omã, e da Cartagena (3.º), na Colômbia.

Atrás deste trio surge, assim, o 1.º porto africano mais competitivo, o porto marroquino Tanger Med, que confirma a sua posição em 2023 ao manter o 4.º lugar no mundo. 

O porto marroquino, que está entre os 25 portos mais activos do mundo em termos de tráfego de contentores pelo 8.º ano consecutivo, mantém a sua posição como um dos portos mais eficientes do mundo enquanto o seu tráfego continua a aumentar, destaca a imprensa marroquina.

Com mais de 186 ligações marítimas regulares no mundo

A presença do complexo portuário marroquino nos primeiros lugares deste ranking é tudo menos uma coincidência, sublinha a mídia local, referindo que isso pode ser explicado pelo aumento da produtividade dos terminais de contêineres para recepção, processamento de meganavios e equipamentos de alto desempenho, incluindo os maiores pórticos semiautomáticos do mundo. 

Em 2023, o Tanger Med registou níveis recordes de produtividade, ultrapassando picos mensais de 800 mil TEU (Unidade Equivalente a Vinte Pés) movimentados. 

No ano passado, o ‘rei’ dos portos em África registou a atracação de 16,9 mil navios, um aumento de 17% face a 2022, e movimentou 8,62 milhões de contentores TEU, um aumento de 13,4% face a 2022.

Esta competitividade deverá impulsionar ainda mais o tráfego no porto que está posicionado à frente de todos os principais portos da bacia do Mediterrâneo, incluindo Pireu, na Grécia, Valência e Algeciras, em Espanha.

Razão pela qual, refere a imprensa local, as autoridades marroquinas continuam a ampliar a infra-estrutura, cuja capacidade de processamento deverá atingir 9 milhões de contentores TEU no início de 2025, e, assim, poder deter a capacidade portuária líder em termos de processamento de contentores.

O porto de Tanger Med, que se posiciona como o principal centro logístico de África, oferece ligações marítimas regulares com mais de 186 portos em todo o mundo. A sua localização geoestratégica torna-o num centro de comércio internacional.

Mais de 80% do comércio mundial de mercadorias passa por mar

Para a 4.ª edição de 2023 do relatório ‘The Container Port performance index 2023’, 405 estabelecimentos portuários aparecem na pesquisa, durante a qual foram registadas mais de 182 mil escalas de navios porta-contêineres, totalizando 238,2 milhões de movimentações de contêineres.

O estudo do Banco Mundial e da Standard & Poor's Global Market Intelligence refere que mais de 80% do comércio mundial de mercadorias passa agora por mar, desempenhando, assim, a eficiência dos portos um papel determinante no desenvolvimento do comércio global.

Os autores explicam no relatório que “as perturbações regionais afectaram o desempenho dos portos em todo o mundo”, observando que, para serem competitivos, os portos devem investir na resiliência, em novas tecnologias e em infra-estruturas verdes.