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Morreu Ângelo Victoriano, o ‘eterno capitão’ da Selecção Nacional de basquetebol

Sebastião Garricha
13/4/2024
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Foto:
DR

O desportista padecia de diabetes e encontrava-se internado no hospital Militar, onde acabou por falecer.

Morreu na madrugada deste sábado, 13 de Abril, em Luanda, o antigo basquetebolista da Selecção Nacional e do clube 1º de Agosto, Ângelo Victoriano, vítima de doença prolongada, aos 55 anos.

A informação foi partilhada por várias figuras do basquetebol nacional, entre velhos colegas de balneários (Selecção Nacional e clube 1º de Agosto) e adversários de ocasiões.

Pelo que se sabe, Ângelo Victoriano padecia de diabetes e encontrava-se internado no Hospital Militar, em Luanda, onde deu o último suspiro.

Privilegiado com a alta distinção “FIBA Hall of Fame", em Agosto de 2023, o antigo extremo-poste deixou uma marca inesquecível no basquetebol nacional e internacional, tendo sido o único jogador africano a ter vencido oito campeonatos africanos da FIBA, superando Jean-Jacques da Conceição e Carlos Almeida, ambos com sete títulos cada.

Nascido no bairro Marçal, Ângelo Victoriano, irmão mais velho de Justino Victoriano "Puna" e de Edmar Victoriano "Baduna", era ‘imbatível’ no ‘garrafão’, onde fazia o jogo 1 contra 1.

Carreira

Ângelo Victoriano começou a carreira desportiva em 1982, aos 14 anos de idade, na equipa Nova do Bairro da Maianga. Transferiu-se para o Petro de Luanda com 16, tendo sido convocado para a Selecção Nacional júnior, visando o Campeonato Africano das Nações, em Moçambique.

Durante a carreira, Ângelo Victoriano conquistou quatro títulos de campeão nacional pelos “tricolores”, seis pelos “militares” do Rio Seco, um pelos “aviadores” e igual número pelo Queluz de Portugal.

Pelo 1.º de Agosto, arrebatou ainda três troféus de clubes africanos, enquanto pela Selecção Nacional de seniores conquistou oito títulos africanos (1989, 1991, 1993, 1995, 1999, 2001, 2003 e 2005).

Estreou-se no Campeonato do Mundo da Argentina em 1990, seguido de presenças nas edições decorridas no Canadá (1994) e Estados Unidos (1998). Além disso, Ângelo Victoriano competiu, também, nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Espanha, em 1992, Atlanta, EUA (1996), Sidney, Austrália (2000) e Grécia, Atenas (2004).

Além de atleta, em 2009, Ângelo exerceu a função de treinador assistente no 1.º de Agosto, onde foi campeão nacional.

FAB e 1º de Agosto rendem homenagem ao capitão

A Federação Angolana de Basquetebol (FAB) e o Clube Desportivo 1º de Agosto, nas suas páginas da rede social Facebook, rendem homenagem a Ângelo Victoriano, descrevendo, sobretudo, seu percurso histórico nos meandros da modalidade e endereçam pêsames à família enlutada.

“Nesta hora de dor e luto, a memória de Ângelo Victoriano enche-nos de recordações indeléveis da sua figura, de homem honesto, sempre pronto a consentir sacrifícios, determinado, inteligente e fiel aos princípios em que acreditou”, escreve a FAB.

Além disso, segundo o comunicado, a FAB curva-se diante da memória de Ângelo Victoriano e aproveita para reiterar o profundo pesar pela sua partida. 

“Na presente circunstância, sentimo-nos incapazes de encontrar palavras de consolo para a família enlutada, amigos, colegas e amantes do basquetebol. Paz à sua alma”, conclui.

À semelhança da FAB, o Clube 1º de Agosto, numa nota curta, endereça pêsames à família de Ângelo Victoriano.

“Neste momento de dor e tristeza, em nome da Direcção, funcionários, treinadores, atletas, sócios e simpatizantes, inclinamo-nos perante a sua memória, endereçando a família enlutada as nossas sentidas condolências. Que a Sua alma descanse em paz!”, lê-se na nota do clube do rio seco.

“Sabemos o que representou para nós e para o continente africano”, atira Rui Falcão

Na esteira dos vários depoimentos em memória do antigo capitão da Selecção Nacional de basquetebol, Ângelo Victoriano, o ministro da Juventude e Desporto, Rui Falcão, transmitiu à família e a todos os profissionais da modalidade sentimento de pesar, considerando, no entanto, tratar-se de uma perda irreparável.

“Sabemos o que representou para nós e para o continente africano enquanto desportista. Foi uma referência, o nosso MVP permanente”, sublinhou Rui Falcão. 

À imprensa, Rui Falcão prestou tais declarações à margem do encontro entre o Presidente João Lourenço e Patrice Motsep, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), ocorrido hoje, sábado, 13 de Abril.