“Nasci no Lobito e com 22 anos rumei a Portugal. Tirei o curso de enfermagem na escola Calouste Gulbenkian, de Braga. Fiz uma especialidade em Saúde Infantil e Pediátrica e uma pós-graduação em Educação para a Saúde.

Leccionei a cadeira de Saúde Infantil e Pediátrica em cursos de enfermagem e especialidades. O sonho de voltar a Angola e dar o meu contributo para a melhoria dos cuidados e para a formação de enfermeiros fez com que, em 2012, regressasse ao Lobito, onde formei e coordenei a equipa de enfermagem da Clínica Sagrada Esperança.

Em 2016, cheguei ao LMC, onde sou coordenadora dos serviços das consultas externas e, até 2019, da Medicina do Trabalho. Durante a pandemia, esta área esteve inactiva, mas dada a sua relevância foi agora revitalizada, na nossa clínica de Talatona.

Este percurso profissional, rico de experiências, proporcionou-me uma visão real do que significa “Cuidar”, que é muito mais do que prestar cuidados.

Cuidar é ter pensamento crítico, reflexivo, é encontrar situações adequadas e individualizadas para cada doente ou grupo, para a promoção, prevenção e reabilitação da saúde, com autonomia e em cumprimento dos preceitos éticos e legais.

Na Enfermagem, as mulheres ainda representam cerca de 75% da força de trabalho, mas não creio que ser mulher ajude ao êxito profissional. Os homens são cada vez mais uma realidade que quebra os estereótipos do género no Cuidar.

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