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Namíbia integra frente de combate contra progresso do VIH e hepatite B, diz OMS

Sebastião Garricha
9/5/2024
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Foto:
DR

Em 2022, apenas 4% dos bebés nascidos de mães que vivem com o VIH contraíram o vírus, sendo que quase 80% dos bebés receberam atempadamente uma dose da vacina contra a hepatite B.

A Namíbia é o primeiro país no continente a reduzir significativamente a transmissão vertical do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), de mãe para filho, e da hepatite viral B, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS atribuiu à Namíbia um estatuto de “escalão de prata” para os progressos realizados na redução da hepatite B e de “escalão de bronze” para os progressos para a eliminação do VIH. 

A informação disponível no site da OMS revela que a Namíbia é responsável por 28 000 casos de crianças que evitaram a transmissão vertical do VIH, dos 2,5 milhões registados globalmente desde 2010. 

“Hoje, os testes de despistagem do VIH são quase universalmente disponíveis em todo o país, o acesso a diagnósticos e tratamento para mulheres grávidas levou a um declínio de 70% na taxa de transmissão vertical do VIH nos últimos 20 anos”, lê-se no site da OMS. 

Além disso, refere que em 2022 apenas 4% dos bebés nascidos de mães que vivem com o VIH contraíram o vírus, sendo que quase 80% dos bebés receberam atempadamente uma dose da vacina contra a hepatite B, “uma das principais métricas do sucesso no caminho para a eliminação da doença”.

De acordo com a directora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, trata-se de um feito histórico da Namíbia, que demonstra que se pode salvar vidas com uma liderança política empenhada e prioridades eficazes de saúde pública.

“Com esforços concertados, podemos acelerar os progressos realizados na consecução dos objectivos que visam acabar com a transmissão vertical do VIH, da hepatite B e da sífilis – a tripla eliminação”, acrescenta.

O documento revela que o governo da Namíbia efectuou um financiamento interno estável aos programas nacionais de saúde, oferecendo serviços clínicos e apoio amplamente acessíveis, de qualidade e gratuitos, que permitiu o país vizinho de Angola integrar os cuidados de saúde primários com serviços pré-natais, de saúde infantil e de saúde sexual e reprodutiva.

O processo de validação, liderado pela OMS em colaboração com a ONUSIDA, a UNICEF e o UNFPA, avalia dados e normaliza marcos para a eliminação das doenças. 

A OMS certifica um país como tendo atingido um estatuto de escalão de prata quando a vacina contra a hepatite B é administrada a 50% ou mais bebés recém-nascidos e quando, no geral, pelo menos 90% dos bebés recebem as três doses necessárias para os proteger. 

A certificação de bronze para os progressos realizados na luta contra o VIH é atribuída a países que baixaram a taxa de transmissão vertical do VIH da mãe para o filho para menos de 5%.

A primeira Estratégia Nacional de Eliminação adaptada pela Namíbia foi iniciada em 2014. Foi seguida do Roteiro Nacional para a Eliminação do VIH e da sífilis em 2020, tendo a hepatite viral B sido adicionada mais tarde. Em linha com as orientações da OMS, a Namíbia também criou um Comité Nacional de Validação multissectorial dedicado à eliminação das três doenças.