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Nigéria-Côte d’Ivoire: um angolano na ‘decisão’ de uma final de prognóstico ‘arriscado’

Victória Maviluka
11/2/2024
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Foto:
DR

No relvado do Estádio Olímpico Alassane Ouattara, ‘estarão’ cinco troféus da mais mediática prova desportiva do continente: três para os forasteiros e dois para os visitados.

Quando, às 21 horas (de Angola) deste domingo de desporto em alta em África, Nigéria e Côte d’Ivoire fizerem rolar a bola para a final do CAN2023, no relvado do Estádio Olímpico Alassane Ouattara, na cidade de Abidjan, ‘estarão’ cinco troféus da mais mediática prova desportiva do continente: três para os forasteiros e dois para os visitados, precisamente os mesmos números e posições no confronto entre as duas selecções. 

Este equilíbrio no palmarés, adicionado ao percurso das duas selecções até à final da presente edição do CAN podem inibir o curioso exercício de avançar com prognósticos sobre o desfecho da última partida do CAN.

Não obstante se tratar da segunda partida (a Nigéria venceu na fase de grupos por 1-0) entre nigerianos e ivoirienses na prova que hoje testemunha o ‘cair do pano’, o crescimento competitivo, com milagre à mistura, da selecção da casa na competição e a motivação de jogar diante do seu público (são esperados 60 mil espectadores) são um aviso à navegação.

Depois de ter perdido, em casa, o troféu para os Camarões no longínquo ano de 1984, a Côte d’Ivoire pretende que a ‘segunda seja de vez’, conquistando, assim, o seu primeiro troféu como anfitriã. 

Mas, do lado oposto, está uma selecção que sabe impor-se em ‘casa alheia’. É que, dos três troféus do CAN que a Nigéria colecciona, dois foram arrancados fora de portas e, agora, vai à procura do terceiro, que, a concretizar-se, coloca-a ao lado do Gana, na 3.ª posição da galeria dos vencedores da competição, palmarés liderado pelos egípcios, com sete títulos.

Um troféu que vale emoções e milhões de dólares

O CAN 2023 (acontece em 2024), na Côte d’Ivoire, marca o início de uma revolução nos moldes de organização da prova, conduzida pelo bilionário sul-africano Patrice Motsepe, que, em 2021, assumiu a presidência da Confederação Africana de Futebol (CAF).

São ‘rostos’ desta revolução, com maior destaque, o incremento de 16 para 24 selecções participantes do CAN e o aumento, em 40%, dos valores atribuídos às selecções.

Face a esta alteração, o vencedor da final da noite deste domingo, no Estádio Olímpico Alassane Ouattara, vai encaixar 7 milhões de dólares, enquanto o 2.º classificado embolsará 4 milhões USD. 

Já estarão depositados nos cofres das Federações sul-africana e congolesa (RDC) os 2,5 milhões de dólares para cada selecção que garantiu a presença nas meias-finais do CAN.

Um experiente português e um sonhador ivoiriense no duelo táctico

Jogando em casa e contando já com dois troféus do CAN, não é de constituir surpresa, se visto neste prisma, a presença da Côte d’Ivoire na final da 34.ª edição da maior prova desportiva de África. 

Contudo, não era de imaginar que os ivoirenses - depois da titubeante prestação na fase de grupos do CAN, com a pesada derrota frente à Guiné Equatorial (4-0) a remeter a selecção da casa a uma prova de milagre para se apurar para a outra fase, o que veio a acontecer -, chegassem à final do certame e com um técnico quase sem ‘estrada’ nas lides do treinamento.

Emerse Faé, que já representou enquanto jogador a Côte d’Ivoire, é dado já pelos seus compatriotas, por isso, como o principal herói, até aqui, deste conturbado percurso da selecção da casa no CAN. 

De 40 anos, o ex-jogador do Nantes, de França, foi ‘repescado’ de adjunto para treinador principal após a goleada da selecção anfitriã na fase de grupos, que custou a cabeça do técnico francês Jean-Louis Gasset, um destino que bateu, igualmente, à porta dos treinadores do Gana, Gâmbia e Egipto (este último era treinado pelo português Rui Vitória).

Já com um percurso consolidado na Europa e com passagens por selecções como Venezuela e Arábia Saudita, José Peseiro persegue, agora, uma carreira de afirmação no futebol africano. 

Após se sagrar campeão nacional com o Al-Ahly, dos mais titulados clubes do Egipto e de África, o treinador português quer inscrever o seu nome nos anais do futebol africano devolvendo o troféu à Nigéria, perdido na edição de 2015 do CAN.

Um angolano na final e outro na ‘artilharia’

Jerson Emiliano, árbitro assistente angolano, de 40 anos, faz parte, indubitavelmente, do grupo dos mais credíveis juízes da actualidade do futebol no continente africano.

Presente no Mundial passado e com o registo de duas participações em finais do CAN, o árbitro angolano voltou a merecer a confiança da CAF para integrar o trio de juízes que vai apitar, neste domingo, à noite, a partida entre a Nigéria e a Côte d’Ivoire.

Ao lado do angolano, estará a árbitra assistente Diana Chikotesha, da Zâmbia. Dahane Beida, da Mauritânia, chefia o grupo de árbitros da final do CAN2023, que integra ainda, como quarto árbitro, o marroquino Bouchra Karboubi.

A par da arbitragem, um outro dado que não passa despercebido aos mais atentos adeptos angolanos é a ‘artilharia’ do CAN, que continua a ter um angolano nos lugares cimeiros.

Gelson Dala, com quatro golos, ocupa o 3.º lugar dos goleadores da prova, os mesmos tentos do marroquino Mostafa Mohamed (2.º lugar) e a apenas um golo do líder da ‘artilharia’ do CAN, Emilio Nsue, da Guiné Equatorial.